Em 2009, 4,3% das raparigas com idades entre os 15 e os 19 anos engravidou; em 1980, o número de casos ascendia aos 12%, sublinha o coordenador português do projeto, Miguel Oliveira da Silva, em declarações à agência Lusa.
Perante estes dados, o presidente do Conselho Nacional de Ética das Ciências da Vida (CNECV) considera que “Portugal não tem, entre os restantes 26 países da UE, dos piores resultados”, mas ressalva que há ainda muito trabalho a fazer, tomando como exemplo os países do norte da Europa, onde a percentagem de adolescentes grávidas corresponde a 1%.
Os anticoncecionais devem, por isso, continuar a ser disponibilizados nos serviços de saúde, porque “é importante a fidelidade para a eficácia, nomeadamente no caso da pílula, que é a escolha anticoncepcional de 45 por cento das mulheres que a praticam”.
Ao mesmo tempo, Miguel Oliveira da Silva alertou para a importância do apoio à natalidade, não só recorrendo a incentivos financeiros, mas também a um sistema de suporte profissional.
“Na Suécia, se o pai não goza dois meses de licença de maternidade, o casal não recebe qualquer apoio financeiro”, exemplificou.
O relatório da União Europeia, focado nas áreas da saúde adolescente, contraceção, apoio à maternidade, infertilidade e aborto, servirá de base de discussão na sexta-feira, durante um encontro internacional com especialistas em saúde sexual e reprodutiva, que decorrerá em Lisboa.
