Um estudo norte-americano veio mostrar que a prática de atividade física por parte das grávidas ajuda a melhorar a saúde cardíaca do recém-nascido desde o início da vida. Embora a investigação tenha já dois anos, esta é uma notícia que vale a pena re
Um estudo norte-americano veio mostrar que a prática de atividade física por parte das grávidas ajuda a melhorar a saúde cardíaca do recém-nascido desde o início da vida. Embora a investigação tenha já dois anos, esta é uma notícia que vale a pena recordar em vésperas das celebrações do Dia da Mãe.
De acordo com um projeto-piloto levado a cabo por um grupo de especialistas da Kansas City University of Medicine and Biosciences, nos EUA, envolvendo 61 mulheres saudáveis com idade entre os 20 e os 35 anos, o exercício regular – desde caminhadas a yoga ou levantamento de pesos – ao longo da gravidez apresenta benefícios significativos.
Segundo o estudo, nas grávidas do grupo de participantes que faziam, pelo menos, 30 minutos de exercício três vezes por semana, o feto apresentava um ritmo cardíaco menos acelerado – um sinal de saúde do coração – durante as últimas semanas de desenvolvimento.
Mais tarde, os investigadores vieram ainda a descobrir que a melhoria cardiovascular do bebé se prolongava um mês após o parto, o que indica que os esforços das mães no sentido de se manterem ativas durante a gravidez têm efeitos prolongados.
De acordo com Linda May, a coordenadora deste estudo, dado a conhecer durante uma conferência sobre biologia experimental que decorreu em Washington em 2011, “o sistema que controla a função cardíaca melhora com o exercício aeróbico regular”, e esta melhoria “é uma evidência de um sistema cardiovascular mais saudável”.
“O exercício não só ajuda a melhorar e a manter a saúde das mães, como contribui também para dar aos bebés um começo saudável”, acrescenta a especialista.
“A minha esperança é que esta descoberta contribua para mostrar que os esforços no sentido do melhoramento da saúde devem começar ainda na gravidez e não apenas durante a infância”, confessa May, lamentando que, atualmente, a atenção dada a esta questão comece apenas a fazer-se sentir em crianças em idade escolar.
Benefício ligado às hormonas produzidas durante exercício
A propósito do Dia da Mãe, que se celebra este domingo, a Fundação Espanhola do Coração (FEC) decidiu recuperar os resultados desta investigação. “A taquicardia do bebé durante o parto é um sinal de sofrimento fetal, pelo que manter o ritmo cardíaco baixo [através da prática de exercício por parte da mãe] beneficia o recém-nascido e evita complicações”, destaca José Luis Palma, vice-presidente da FEC, em comunicado.
O especialista realça que ainda não se conhece a razão exata pela qual o feto adquire os benefícios do exercício materno, mas salienta que este fator pode estar relacionado com as hormonas segregadas durante a prática desportiva – as endorfinas – que favorecem o desenvolvimento do coração do bebé, tornando-o mais forte a nível cardiovascular.
“A maioria destas hormonas ultrapassam a barreira da placenta, tal como acontece com as hormonas que regulam, por exemplo, a pressão arterial e a frequência cardíaca. Assim se explica que a atividade materna forneça ao feto uma quantidade mais elevada destas hormonas, preparando-o, consequentemente, para enfrentar melhor situações difíceis”, conclui Palma.
Notícia sugerida por Carla Neves