Um grupo de investigadores conseguiu recuperar e digitalizar a mais antiga gravação de voz americana e a primeira atuação musical alguma vez registada. A gravação, com pouco mais de um minuto, foi feita em 1878 nos EUA numa folha de alumínio.
Um grupo de investigadores conseguiu recuperar e digitalizar a mais antiga gravação de voz americana e a primeira atuação musical alguma vez registada. A gravação, com pouco mais de um minuto, foi feita em 1878 em Saint Louis, nos EUA, numa folha de alumínio com recurso a um fonógrafo inventado por Thomas Edison.
De acordo com a Associated Press (AP), o registo áudio inclui um solo de corneta, um homem a recitar versos de uma canção de embalar e até algumas gargalhadas, tendo sido gravado durante uma demonstração pública do fonógrafo criado por Edison há precisamente 134 anos.
A gravação de 78 segundos estava preservada numa folha de alumínio muito frágil, dobrada e guardada num envelope, que foi doada pela filha do dono de um antiquário ao museu Schenectady, atualmente Museu de Inovação e Ciência dos EUA.
Para possibilitar a sua audição – que aconteceu num evento público esta quinta-feira à noite – os cientistas usaram um “scanner” 3D e criaram um software de computador sofisticado, equipamentos capazes de medir os pontos inscritos na folha e transformá-los em som digital.
Audiência ficou fascinada ao ouvir a gravação
“É fenomenal. Esta foi a primeira vez que se gravaram vozes e música e que estas voltaram a ser reproduzidas. Agora podemos ouvi-las e testemunhar também a reação da audiência”, afirmou John Schneiter, engenheiro ligado ao museu, em declarações à AP.
“Hoje em dia, gravar a nossa voz num computador ou num smartphone é tão simples que nem sequer pensamos sobre isso. Naquela época, isso nunca tinha sido feito. Gravar som e reproduzi-lo era algo assinalável”, acrescentou Schneiter.
Apenas algumas centenas dos fonógrafos de folha de alumínio criados por Thomas Edison foram vendidas à data devido à fragilidade do material, que ficava arruinado após poucas reproduções, comprometendo o seu uso.
É certo que o registo áudio que agora chegou até nós tem “arranhões”, saltos e interferências nos locais onde a folha de alumínio se encontrava dobrada. Porém, garantem os especialistas que presenciaram o momento, não deixou de fascinar quem o ouviu.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]
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