por redação
O Prémio de Melhor Município para Viver no domínio ambiental é atribuído a Viana do Castelo, pelo seu projeto “Geoparque Litoral de Viana do Castelo”, nascido de uma investigação da Universidade do Minho. O galardão do Instituto de Tecnologia Comportamental vai ser recebido por Ricardo Jorge Carvalhido, geólogo da UMinho e líder científico do projeto, hoje, na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. É a segunda distinção num ano para aquele geoparque, após o Prémio Geoconservação 2016, atribuído pelo grupo português da Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico.
O “Geoparque Litoral de Viana do Castelo”, aspirante à rede mundial de geoparques da UNESCO, preserva 13 geossítios classificados como monumentos naturais, revelando mais de 500 milhões de anos da evolução geológica do planeta. Resulta de dez anos de estudo de Ricardo J. Carvalhido, incluindo o doutoramento, artigos em revistas internacionais, as obras “O Livro de Pedra” e “O Livro do Professor”, guias para os cidadãos e formações/ações a técnicos, docentes e alunos.
O plano do geoparque, que é gerido pelo município, inclui ainda a recém-criada Rede Escolar de Ciência e Apoio à Investigação Científica, com seis laboratórios e um acervo de amostras geológicas, instalados em escolas sede de agrupamento para projetos transdisciplinares. Foi igualmente lançado o “Livro de Projetos para a Flexibilização Curricular”, coordenado pela equipa do geoparque e com uma vintena de contributos dos docentes do concelho, que visa ser aplicado em disciplinas e projetos curriculares dos vários ciclos de ensino. Para o efeito, o município atribuiu 100 mil euros iniciais, esperando assim reforçar o conhecimento do território e apostar numa alternativa ao manual escolar a médio/longo prazo.
Investimento na valorização educativa e turística
Os 13 monumentos naturais do geoparque vão ser alvo de um investimento de 680 mil euros até fins de 2018, com apoio do Norte 2020, nomeadamente painéis interpretativos e informativos, acesso a conteúdos em formato digital, códigos QR, sinalizações, visita virtual, aplicação móvel e sítio da internet. Estão também em desenvolvimento as três primeiras portas do geoparque – Porta do Atlântico, Porta do Neiva e Porta das Argas –, que são centros de interpretação e acolhimento, permitindo aos visitantes uma experiência mais aprofundada. Ricardo J. Carvalhido e a autarquia realçam que o geoparque tem um enorme potencial na educação e no turismo sustentável e segmentado, o que permite anular a sazonalidade das praias e beneficiar da nova Ecovia do Litoral Norte. O site oficial é www.geoparquelitoralviana.pt.