Uma exposição com 41 imagens do fotógrafo português João Pina foi, no passado fim-de-semana, inaugurada em São Paulo, no Brasil. A mostra reúne uma série de fotografias feitas na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, na Amazónia brasileira.
Uma exposição com 41 imagens do fotógrafo português João Pina foi, no passado fim-de-semana, inaugurada em São Paulo, no Brasil. A mostra, que estará em exibição até 9 de Agosto no Instituto Tomie Ohtake, naquela cidade, reúne uma série de fotografias feitas na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns, na Amazónia brasileira.
Este projeto fotográfico, feito a convite do Instituto EDP no âmbito da iniciativa Luz Portátil Brasil, fornece um retrato da rotina de cinco comunidades ribeirinhas da reserva e do uso da luz portátil, um “kit” com placas fotovoltaicas e lâmpadas LED distribuído a 300 famílias da região, que não possui energia elétrica.
Para esta exposição, João Pina documentou atividades quotidianas como a ida à igreja, o lazer no jogo de futebol e a pesagem das crianças, uma forma de verificar se estão saudáveis. À noite, registou os efeitos das lanternas portáteis na vida dos habitantes daquelas comunidades.
“Foi interessante perceber como se pode viver ainda assim num país como o Brasil, que teve todo esse 'boom'. Mas também foi interessante perceber que só assim se preservam certas tradições e costumes”, contou o fotógrafo português em declarações à Lusa.
Durante 10 dias, João Pina fez mais de 7.000 fotografias digitais na cidade de Santarém, no estado brasileiro do Pará, onde fica a reserva. “Chamou-me a atenção a forma como as pessoas vivem com o rio e para o rio, a harmonia com a natureza”, partilhou ainda.
Segundo o fotógrafo, a principal dificuldade na realização deste trabalho foi a falta de energia elétrica nas comunidades, que tornou complicado o carregamento das baterias da câmara e do computador. No entanto, o problema resolveu-se nas casas que possuem geradores dentro da reserva e na “base” de João Pina, uma pousada com energia 24 horas por dia.
Entre as imagens da exposição, que pode ser visitada gratuitamente, destaca-se uma fotografia com quatro metros de largura por três metros de altura que mostra um “ribeirinho” no seu barco, iluminado pela luz portátil.
O projeto Luz Portátil Brasil é realizado em parceria entre o Instituto EDP, o Banco de Interamericano de Desenvolvimento (BID), a empresa de arquitetura Kennedy & Violich e o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e da Autosustentabilididade (IDEAAS).
A primeira etapa do projeto, finalizada em Março deste ano, entregou a 300 famílias os kits de iluminação abastecidos por energia solar, em 13 comunidades da reserva.