Na reunião, a diretora do FMI defendeu que a Grécia e os outros países da Zona Euro com problemas orçamentais – como Portugal ou Espanha – devem ter mais tempo para reduzir os seus défices.
As declarações de Christine Lagarde (na foto) surgiram após um relatório, publicado esta semana, no qual o FMI reconhece ter errado nos cálculos e subestimado o impacto recessivo da austeridade nas economias dos países resgatados.
FMI defende mais tempo e menos austeridade
A diretora-geral do FMI disse que “por vezes é melhor dispor de mais tempo” e deixar as economias ajustarem-se por si próprias em vez de apostar no aumento de impostos e nos cortes da despesa, num espaço curto de tempo.
“Em vez de uma redução frontal e massiva (…) é preferível, por vezes, ter um pouco mais de tempo”, defendeu a chefe do FMI, referindo-se à atual conjuntura, na qual muitos países, incluindo Portugal, estão a tentar reduzir os seus défices através de cortes e austeridade, o que acaba por asfixiar a recuperação económica.
“Foi isso que eu defendi para Portugal, foi isso que eu defendi para a Espanha e é isso que estamos a advogar para a Grécia, onde por várias vezes eu disse que são necessários mais dois anos para que o país leve a cabo o plano de consolidação fiscal”, acrescentou a responsável do FMI.
O FMI já tinha adiantado, anteriormente, ter “bons argumentos” para dar mais tempo a Atenas, mas esta foi a primeira vez que a diretora-geral do Fundo se referiu concretamente à extensão de dois anos solicitada pelo Governo grego.