O número crescente de estudantes estrangeiros que estão a procurar as faculdades e escolas superiores nacionais para cumprir um período de mobilidade estudantil ou para realizar um curso completo, evidencia que está na moda vir estudar para Portugal.
Os dados da Direção-Geral das Estatísticas do Ensino Superior e Ciência sustentam essa realidade, anualmente, mais de 30 mil estudantes provenientes de mais de uma centena de países vêm estudar para Portugal. No rol destas nacionalidades destaca-se a presença significativa de alunos oriundos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, designadamente do Brasil, Angola, Moçambique, São Tome e Príncipe e Guiné Equatorial, sendo que no território europeu, sobressai a presença de estudantes de Espanha, Itália e Polónia.
O aumento de 148% nos primeiros cinco meses deste ano, comparando com o mesmo período do ano passado, de pedidos de vistos de brasileiros para estudar em Portugal, é sintomático da presença significativa dos estudantes canarinhos nas instituições de ensino superior nacionais. Inclusivamente, segundo um estudo publicado pelo jornal brasileiro “O Globo”, os vistos de residência para estudar por um período superior a um ano em Portugal aumentaram 320%.
Esta nova e relevante forma de mobilidade, termo que cada vez mais substitui o termo migração, uma vez que a saída de um país ou região não é necessariamente definitiva, exerce uma dinâmica frutífera no progresso cultural, económico e social português. O esforço de contínua melhoria que as faculdades e escolas superiores nacionais fazem para acolher os estudantes estrangeiros, tende a gerar não só um relevante impacto financeiro nestas instituições, como dinamiza, por exemplo, o mercado imobiliário através dos gastos com alojamento.
Um relatório apresentado no início deste ano pela Uniplaces, revela já que os alunos internacionais são responsáveis por mais de dois terços das reservas realizadas nesta plataforma de arrendamento online de casas para estudantes. Se há dimensão financeira, acrescermos o impacto deste fluxo na promoção do país, na riqueza intercultural e na dinâmica socioeducativa, percebe-se que é indispensável que o Estado Português, em geral, e as Instituições de Ensino Superior, em particular, continuem a trabalhar afincadamente na atração de estudantes estrangeiros para estudar em Portugal.