Um estudo da Universidade de Vila Real revela que as florestas mistas resistem melhor às alterações climáticas e aos incêndios. Os dados da investigação serão apresentados no congresso internacional que decorre esta semana na Universidade de Trás-os-
Um estudo da Universidade de Vila Real revela que as florestas mistas resistem melhor às alterações climáticas e aos incêndios. Os dados da investigação serão apresentados no congresso internacional que decorre esta semana na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), perante cientistas de 23 países.Para chegar a estes resultados, os investigadores foram para o terreno estudar florestas já existentes em Portugal e acompanhar povoamentos jovens para ver como estes reagiam num contexto de alterações climáticas.
“Fizemos análises de tronco para perceber ritmos de crescimento e de fixação de carbono nesses povoamentos, tentando comparar as potencialidades das árvores em monocultura ou conjugadas com outras espécies e chegamos à conclusão que quando estão em povoamento misto a sua capacidade de fixar carbono é superior”, referiu Domingos Lopes, da Universidade de Vila Real, à agência Lusa.
Por isso, acrescentou o responsável, “são florestas mais capazes de reagir a um contexto de alterações climáticas”, sendo também mais resistentes aos incêndios: “Numa zona de incêndio nota-se que o pinheiro pode desaparecer, mas que as [árvores] folhosas, como os carvalhos, conseguem recuperar mais facilmente”.
O projeto “Florestas mistas, modelação, dinâmica e distribuição geográfica da produtividade e da fixação de carbono nos ecossistemas florestais mistos em Portugal”, aprovado em 2006, foi financiado em cerca de 200 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.