Portugal é um país de amantes de festivais de música e, em especial, festivais de verão. Mas será que temos noção do impacto que o volume da música nestes eventos tem na nossa saúde auditiva? É a esta pergunta que responde Dulce Martins Paiva, diretora-geral da GAES – Centros Auditivos em Portugal.
Todos sabemos que o volume do som nos concertos é sempre elevado. O que talvez não tenhamos noção é que a partir dos 80 decibéis (dB) o som começa a ser prejudicial para os nossos ouvidos. Ora, se tivermos em conta que a pressão acústica em concertos pode ser facilmente superior a 110 dB, o impacto negativo na nossa saúde auditiva poderá ser uma realidade, até porque é ultrapassado aquilo a que se chama limiar de conforto ou limiar de dor.
“No início, é observada uma perda auditiva com recuperação após horas de repouso. Se a exposição continuar, instala-se uma perda auditiva progressiva e irreversível, denominada perda de audição induzida por ruído (PAIR). Os sinais mais frequentes de dano auditivo por ruído são dores de ouvido, zumbido, irritação com sons altos, redução da capacidade auditiva, transtornos de atenção, ansiedade e nervosismo. O incómodo pode ser grande a ponto de causar dores de cabeça e efeitos psicológicos. Se a perda auditiva for considerável, o indivíduo pode se isolar socialmente pela dificuldade de comunicação”, sublinha Dulce Martins.
Verão e festivais andam de mãos dadas no nosso país. É uma relação que veio para ficar e que os portugueses abraçam abertamente. Há muito para ouvir de norte a sul do país, mas a especialista alerta que “a proteção é possível e recomendável. Atualmente existem várias opções de proteção auditiva, que garantem o timbre natural do som, sem distorções. Soluções standard ou personalizadas, como o caso de protetores feitos à medida do canal auditivo.” E o melhor é que, seja qual for a sua escolha, a garantia é de que não vai precisar de os tirar para ouvir o que lhe dizem e muito menos para ouvir a sua banda preferida.