O estudo mostra que a “vildagliptina”, uma substância ativa usada no tratamento da diabetes tipo 2, pode contribuir para regular a formação de tecido adiposo, podendo ser eficaz em situações de pré-obesidade, e evitar a passagem para o estado de obesidade.
Os resultados conseguidos por Joana Rosmaninho-Salgado no Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC vão começar agora a ser testados em ratinhos. Se o fármaco conseguir emagrecer os ratinhos, estará aberto o caminho a uma parceria com a indústria farmacêutica, tendo em vista a sua nova utilização terapêutica.
“Não podemos dizer que este é o fármaco milagroso, porque há ainda uma série de etapas a serem feitas, mas os resultados são promissores e bons”, declarou à agência Lusa a investigadora, que desenvolve este trabalho desde 2007.
Joana Rosmaninho-Salgado ocupou-se a estudar a importância da enzima DPP-IV e da sua inibição pela “vildagliptina” no tecido adiposo (gorduroso) e demonstrou que este medicamento evita a acumulação de gordura nas células que a armazenam (adipócitos), realça uma nota de imprensa da UC.
Um outro “fator a favor do uso do fármaco” no tratamento da obesidade é que as pessoas com a diabetes tipo 2 têm tendência para engordar, e quando o utilizam já se demonstrou que isso não se verifica, acentua.
A par dos testes em animais, Joana Rosmaninho-Salgado está atualmente, também, a “tentar apurar as doses necessárias para o fármaco produzir efeito em modelos de células de gordura”.
A investigação está a ser financiada através do prémio monetário associado à Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência que Joana Rosmaninho-Salgado recebeu em 2009.
A incidência da pré-obesidade e da obesidade tem vindo a aumentar na União Europeia e em Portugal, constituindo um importante problema de saúde pública, refere a mesma nota de imprensa da UC.