Ambiente

Fábrica instala torre para acolher ninho de cegonhas

Uma fábrica de Viana do Castelo instalou uma torre com 26 metros de altura unicamente para a nidificação de um casal de cegonhas que escolheu a zona para se reproduzir.
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A Europac Kraft Viana instalou, no interior da sua fábrica, em Viana do Castelo, uma torre com 26 metros de altura e 7,5 toneladas com o objetivo único de permitir a nidificação de um casal de cegonhas que escolheu aquela zona para se reproduzir. A torre de betão, que incorpora, no topo, uma estrutura que servirá de base ao ninho, chegou esta quarta-feira à cidade minhota e foi prontamente instalada dentro da unidade fabril.
 
Inicialmente, as cegonhas tinham optado pelo topo de um poste de alta tensão que se encontra no interior daquela fábrica de papel e assegura a produção de eletricidade. A preparação do ninho levou, inclusive, a um curto-circuito, que exigiu a intervenção dos técnicos da EDP. Como tal, os responsáveis da fábrica decidiram tomar uma atitude.
 
“Quando percebemos que o ninho estava a ser construído, verificámos logo que, por questões de segurança, não podia acontecer e tratámos de encomendar esta torre”, contou à Lusa Mário Amaral, o diretor-geral da Europac Kraf Viana, instalada na freguesia de Deocriste.

De acordo com o responsável, todas as intervenções foram acompanhadas pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR, pela secretaria de Estado do Ambiente e pela autarquia vianense. 

 
“Para nós, é mais uma prova da preocupação ambiental que temos e um cartão-de-visita”, salientou Mário Amaral. “Ter, dentro da nossa unidade, um ninho de cegonhas, só significa que o ambiente que nos rodeia, apesar de sermos um grande centro industrial, é saudável e que aqueles impactos que as pessoas pensam que existem são perfeitamente controlados pelos investimentos entretanto realizados”, sublinhou o diretor-geral.
 
Enquanto as cegonhas se adaptam ao novo “lar”, a fábrica vai convidar os alunos das três escolas básicas do concelho, das quais é “madrinha”, a escolherem os nomes do casal.

Para Mário Amaral, este “pode considerar-se um investimento”, mas causa agrado a todos os elementos da empresa. “É evidente que tudo isto tem um custo associado que não nos vai aumentar a rentabilidade do negócio, mas vai trazer muita satisfação termos um casal de cegonhas a nidificar na nossa fábrica”, confessou.

 
Segundo caso do género em Viana do Castelo
 
Não é a primeira vez que estas aves se instalam num local improvável naquela cidade. Em 2011, duas cegonhas escolheram para fazer o ninho a chaminé de uma antiga serração na freguesia de Santa Marta de Portuzelo, onde se reproduziram pela segunda vez. As cegonhas-brancas, espécie protegida, instalaram-se a mais de 30 metros de altura, no topo da chaminé da serração desativada há três décadas.
 
À semelhança do que acontecerá com o novo casal, também as mais antigas habitantes da cidade foram batizadas, na altura, pela população: devido à agitação que demonstraram na construção do ninho, ficaram conhecidas na terra como “arquiteta” e “engenheiro”.

[Notícia sugerida por Sofia Baptista] 

 

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