Se tiver de escolher entre uma ida ao cinema ou uma peça de roupa nova, opte pelo filme e vai sentir-se mais feliz. Um estudo recente revela que a vivência de novas experiências contribui mais para a felicidade individual do que os bens materiais.
Se tiver de escolher entre uma ida ao cinema ou uma peça de roupa nova, opte pelo filme e vai sentir-se mais feliz. Um estudo recente desenvolvido por investigadores norte-americanos revela que a vivência de novas experiências – desde assistir a espetáculos a viajar ou fazer 'ski' – contribui mais para a felicidade individual do que a aquisição de novos bens materiais.
A investigação, coordenada pelo psicólogo Thomas Gilovich, oferece informações importantes aos consumidores que “estão a tentar decidir qual é o balanço certo entre a aquisição de objetos e de experiências para maximizar o bem estar”, explica o cientista.
Um trabalho anterior conduzido por Gilovich com outros colegas tinha já sugerido que os indivíduos tendem a desfrutar de uma maior e mais prolongada 'satisfação' em relação às compras associadas a experiências (como, por exemplo, a aquisição de um bilhete de avião) do que às compras de bens materiais.
Agora, a equipa constatou que esta 'satisfação' começa, muitas vezes, ainda antes da própria compra, graças às expetativas construídas pelos consumidores: pensar na aquisição iminente de “experiências” traduz-se em níveis mais elevados de felicidade do que antecipar o ato de gastar dinheiro numa compra material.
Além disso, concluíram os investigadores, cujo estudo foi publicado este mês na revista científica Psychological Science, esperar numa fila para comprar algo é mais prazeroso para quem se prepara para investir numa experiência, estando este ato associado a um melhor humor e a uma postura mais adequada.
“Por vezes ouvimos histórias de pessoas que se revoltam, que partem janelas ou que se ameaçam mutuamente quando têm de esperar. O nosso trabalho mostra que este tipo de comportamento é muito mais provável quando estão a aguardar para comprar um objeto do que à espera de bilhetes para um espetáculo ou para entrar num restaurante”, realça Amit Kumar, coautor da investigação, em comunicado.
Os especialistas acreditam que diversos motivos podem explicar este facto. Segundo a equipa, é possível que as pessoas pensem em futuras experiências de uma forma mais abstrata, o que pode fazê-las parecer mais significativas e gratificantes.
Esperar por uma experiência tende, também, a induzir menor competição e a trazer maiores benefícios sociais, o que pode justificar um maior sentimento de felicidade e de ligação com o próximo.
“Esta investigação é, igualmente, importante para a sociedade, porque sugere que o bem-estar geral pode ser melhorado através da criação de infraestruturas que proporcionem experiências, como parques ou praias, à semelhança do que acontece com o consumo material”, finaliza Gilovich.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).