A investigação, desenvolvida por uma equipa do Robinson Research Institute da Universidade de Adelaide, na Austrália, envolveu um pequeno grupo de indivíduos saudáveis com idades situadas entre os últimos anos da faixa dos 20 e os primeiros da faixa dos 30 que praticavam exercício em bicicletas de ginástica.
Os cientistas, coordenados por Michael Ridding, professor daquela instituição de ensino universitário, monitorizaram as mudanças observadas no cérebro imediatamente após o fim da atividade física e 15 minutos depois de esta ser interrompida.
“Verificámos alterações positivas no cérebro de imediato e estas melhorias mantiveram-se mesmo 15 minutos após a cessação do exercício”, explica Ridding, em comunicado, notando que a plasticidade do cérebro desencadeada pela atividade física “é importante para a aprendizagem, a memória e a coordenação motora”
De acordo com o investigador, “quando mais 'plástico' o cérebro se torna, mais facilidade tem em reorganizar-se, em modificar o número e a intensidade das ligações entre as células nervosas e as suas diferentes regiões”.
Embora outros estudos já tivessem comprovado os benefícios do exercício regular na saúde do cérebro, esta é a primeira vez que se prova que uma única sessão é capaz de ter efeitos igualmente positivos.
“Agora temos evidências que sugerem que tal acontece”, congratula-se Ridding, que acredita que estas mudanças no cérebro podem, em parte, “explicar porque a atividade física tem vantagens para a memória e as funções cerebrais”.
Estas vantagens fazem-se sentir, segundo os cientistas, tanto ao nível celular como molecular e da arquitetura do cérebro. “Apesar de se tratar de uma amostra pequena, este estudo ajuda-nos a compreender melhor como o exercício influencia este órgão na sua globalidade”, assegura o cientista.
Além disso, acrescenta, “sabe-se que a plasticidade é também importante para a recuperação em caso de danos cerebrais, pelo que a descoberta poderá abrir caminho a potenciais terapêuticas para pacientes com este problema”.
Ainda assim, Ridding alerta que será necessária uma investigação mais ampla “para apurar quais os benefícios a longo-prazo que o exercício físico pode ter para os doentes e para os indivíduos saudáveis”.