A prática regular de exercício físico pode reduzir o risco de os indivíduos virem a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). A conclusão é de um novo estudo desenvolvido por investigadores norte-americanos.
A prática regular de exercício físico pode reduzir o risco de os indivíduos virem a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). A conclusão é de um novo estudo desenvolvido por investigadores norte-americanos, que analisou o maior e mais diversificado grupo de homens e mulheres já estudado neste âmbito nos EUA.
A equipa da University of Alabama at Birmingham analisou dados de 27.000 pessoas, homens e mulheres, de raça negra e caucasiana, com idade igual ou superior a 45 anos e que nunca tinham sofrido um AVC, dados esses que foram recolhidos durante uma espécie de censo denominado REGARDS – Reasons for Geographic and Racial Differences in Stroke.
Os especialistas dividiram os participantes em três grupos, um relativo aos que se podiam classificar como inativos (ou seja, que não faziam qualquer exercício físico numa semana normal), outro aos moderadamente ativos (que faziam exercício uma a três vezes por semana) e outro aos vigorosamente ativos (mais de quatro vezes por semana), acompanhando-os, em média, ao longo de 5,7 anos.
Os resultados da investigação mostraram que a falta de atividade física relatada por 33% dos participantes estava associada a um risco 20% superior de vir a sofrer um AVC. Pelo contrário, os mais ativos, que faziam exercício, pelo menos, quatro vezes por semana, apresentavam menores hipóteses de ter um destes episódios (embora entre as mulheres a relação entre o AVC e a frequência da atividade física se tenha revelado pouco clara).
Impacto protetor contra os fatores de risco
“O efeito protetor desempenhado pela atividade física intensa pode dever-se ao seu impacto contra os fatores de risco tradicionais do AVC, como a hipertensão e a diabetes”, explica Virginia Howard, principal autora do estudo, em comunicado.
“Estas conclusões confirmam os resultados de estudos anteriores feitos unicamente em homens ou mulheres e em áreas geográficas circunscritas”, acrescenta. “Ao recorrer aos dados do REGARDS, o nosso estudo conseguiu analisar uma população mais ampla e diversificada, demonstrando que a atividade física regular está associada a um menor risco de AVC”, conclui Howard.
De acordo com os investigadores, os resultados do estudo podem ter sido parcialmente afetados por algumas limitações, como o facto de se terem baseado em níveis de atividade física reportados pelos próprios indivíduos, que podem não ser um reflexo total da verdade.
Além disso, a equipa não teve em consideração dados acerca do tipo ou duração do exercício efetuado, pelo que, segundo Howard, estudos futuros devem recorrer a outras ferramentas, como, por exemplo, monitores cardíacos para a obtenção de informações mais objetivas, e a uma análise detalhada da frequência, intensidade e duração do exercício.