Nasceu, na cidade alentejana de Évora, um parque solar com tecnologia fotovoltaica de concentração inovadora na Europa, um investimento de cerca de cinco milhões de euros feito pela empresa Glintt Energy.
Nasceu, na cidade alentejana de Évora, um parque solar com tecnologia fotovoltaica de concentração inovadora na Europa, um investimento de cerca de cinco milhões de euros feito pela empresa Glintt Energy. A inauguração acontece esta quinta-feira, pretendendo-se que o parque se torne uma “montra” para captar negócios internacionais.
Em declarações à Lusa, Manuel Mira Godinho, diretor executivo da Glintt – Global Intelligent Technologies, detentora da Glintt Energy, afirmou que o parque “tem uma componente de 'showroom' internacional para mostrar ao cliente, a quem não basta a teoria, a quem quer ver para crer”.
Segundo o responsável, a tecnológica portuguesa ambiciona “mostrar a sua competência para conceber e implementar um parque fotovoltaico de concentração”. “Acreditamos tanto nesta tecnologia que arriscámos dinheiro da empresa para montar o parque”, realçou Mira Godinho.
A central, localizada num antigo aterro sanitário próximo de Évora, envolveu um investimento de perto de cinco milhões de euros feito nos últimos quatro anos pela Glintt Energy, com sede no Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (da qual a empresa é acionista), naquela cidade.
De acordo com o diretor executivo da Glintt, a estrutura fotovoltaica de quarta geração, com 2.800 painéis solares e que começou a funcionar em Abril, tem 1,26 megawatts (MW) de capacidade instalada para uma produção anual estimada de dois gigawatts/hora (GWh) de energia.
“É o suficiente para abastecer 800 habitações, mais de 3.200 pessoas, e permite evitar anualmente cerca de 1.000 toneladas de emissões de gases com efeito de estufa (CO2)”, estimou Mira Godinho.
O CEO da Glintt adiantou que o parque fotovoltaico eborense é “o primeiro da Europa” a utilizar um determinado tipo de células fotovoltaicas com base em tecnologia aplicada nas estações espaciais da NASA com o apoio dos norte-americanos da EmCore Corporation (propriedade da chinesa Suncore).
“O painel fotovoltaico acompanha a trajetória do sol e é muito fundo, como uma caixa. No interior, tem um prisma que concentra os raios solares para um ponto específico, para uma pequena célula fotovoltaica”, especificou.
Graças a este sistema, é possível obter “uma produtividade muito maior dos raios solares captados” em comparação com um “painel tradicional”.
Além disso, o parque é também “muito menos exigente em termos dos componentes nobres para o fabrico das células”. “E, como tenho menos células instaladas nos painéis, gasto menos energia para o funcionamento da central”, acrescentou Mira Godinho.
Através deste investimento, que permitiu “a reabilitação ambiental de uma zona degradada”, a Glintt espera conseguir “um 'showroom' para desenvolver projetos internacionais”, encontrando-se, atualmente, “a procurar expandir” os seus negócios para países de África e da América Latina.
“[A construção do parque] é, igualmente, uma forma de atrair gestores de topo para Évora e de promover o Alentejo e Portugal, porque temos levado ao parque presidentes de empresas e gestores internacionais”, conclui o empresário.
Notícia sugerida por Elsa Fonseca