O novo Fórum Eugénio de Almeida, em Évora, está a ser alvo de destaque e excelentes críticas no jornal El País. O "velho palácio da Inquisição" que agora renasce como um "assombroso museu" deu azo a um elogioso artigo na imprensa espanhola.
O novo Fórum Eugénio de Almeida, em Évora, recebeu uma excelente crítica no jornal El País. O “velho palácio da Inquisição” que agora renasce como um “assombroso museu” deu origem a um elogioso artigo neste jornal de referência na imprensa espanhola.
“Em tempo de crise e de afogamentos nas contas públicas e privadas, a bela cidade de Évora, localizada no Alentejo português, a 100 quilómetros de Badajoz, e classificada de Património da Humanidade em 1986, estreia um impressionante centro cultural, alojado naquilo que foi o palácio da Inquisição, no século XVII”, introduz o El País.
Depois de dois anos de obras e de um investimento de quatro milhões de euros, o Fórum Eugénio de Almeida está a receber exposições, concertos e ciclos de conferências desde o início deste Verão.
“Em pleno coração da cidade e em frente às elegantes colunas das ruínas romanas”, o “imenso edifício de três andares e mais de 20 salas” tem por base um projeto arquitetónico que visa recordar o horror ali vivido na altura da Inquisição.
As celas nos sótãos ainda perduram e a sala nobre do Tribunal da Inquisição ainda conserva “o mesmo ar inquietante da antiga dependência onde se julgavam e condenavam os réus por crimes contra a religião”.
“No Gabinete do Inquisidor, ou seja, a habitação privada usada pelo regente do palácio, de quem dependiam, literalmente, tantas almas e vidas, ainda existem artefactos originais e uma janela, na altura, com vista para o jardim”. O restante espaço permanece vazio, até porque “preferimos que este seja um lugar de meditação, solidão e reconhecimento”.
Uma história com quase 60 anos
Quem o diz é Maria do Céu Ramos, secretária-geral da Fundação, que conta que o palácio foi comprado pelo benemérito eborese Vasco Maria Eugénio de Almeida, em meados dos anos 60, a uma sociedade que o tinha transformado num hotel turístico. A intenção do português era convertê-lo em sede para a sua fundação, mas o espaço acabou por ter outro fim e albergar, antes, o instituto universitário daquela cidade.
Em 2008, quando o instituto voltou a mudar de lugar, a fundação Eugénio de Almeida, embora já sem o seu fundador, falecido em 1975 e sem descendência, tornou a pegar na ideia de se alojar no antigo palácio da Inquisição.
Recuperação sofisticada
A inauguração oficial aconteceu este ano, a 11 de Julho, com uma exposição original intitulada 'Portas Abertas', na qual participaram 450 artistas, com obras originárias dos quatro cantos do mundo. Patente até dia 9 de Outubro, a exposição antecede toda uma programação regular que fará parte do novo Fórum Eugénio de Almeida, em Évora.
Destaque ainda para os frescos do século XVI, agora restaurados, dispostos no claustro lateral do palácio. “Toda a recuperação é sofisticada, apelando aos critérios mais modernos do restauro de um imóvel histórico que, quase por milagre, voltou a respirar”, escreve o jornal El País.
“Em tempos de crise, cultura” é o título dado pelo jornalista Antonio Jiménez Barca a este artigo onde tece grandes elogios a este novo investimento português. “É certo que a fundação vive dos seus próprios ingressos vinícolas e que não depende de recursos externos. Ainda assim, nos tempos que correm, com a crise a corroer tudo e todos, levantar uma obra como esta a 150 quilómetros de Lisboa e 500 quilómetros de Madrid pode soar a loucura”, lê-se.
A própria fundação confirma. “É claro que é um projeto arriscado”, refere Maria do Céu Ramos. “Mas só arriscando é que vale a pena”.
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