Com a colaboração do Instituto de Bioquímica Max Planck, em Jena, também na Alemanha, o estudo analisou as medições de dióxido de carbono registadas pelos satélites da ESA, da NASA e do Instituto Nacional de Estudos Ambientais do Japão.
De acordo com o comunicado da Universidade de Bremen, as pesquisas duraram cerca de oito anos, e chegou-se à conclusão de que as árvores e plantas da Europa são capazes de absorver cerca de 0,6 mil milhões de toneladas a mais do que aquilo que o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas pensava.
Este painel foi estabelecido pelo Programa Ambiental das Nações Unidas e a Organização Meterológica Mundial em 1988, e tem como objetivo “rever e avaliar a informação mundial, importante para entender as mudanças climáticas”, como explica o site da organização.
“Várias pesquisas, durante décadas, têm falhado por não conseguirem determinar com precisão a localização dos 'absorvedores de carbono', como eles têm mudado ao longo do tempo, e também como a vegetação na Terra reagiria às alterações climáticas”.
Este estudo engloba todos os dados que poderíamos encontrar sobre as concentrações de CO2″, explica o responsável pelo estudo, Maximillian Reuter, citado no comunicado da Universidade de Bremen.
As conclusões foram publicadas em Dezembro na revista científica Atmospheric Chemistry and Physics.
CO2 deve ser evitado
Contudo, para Michael Buchwitz, co-autor do estudo, é importante salientar que “estas descobertas não devem ser complacentes: não devemos, em hipótese nenhuma, concluir que a Europa pode diminuir os esforços para reduzir as emissões de CO2”.
“O dióxido de carbono tem um período de vida muito longo e é bastante homogéneo, tornando-o num problema global. Não conseguimos saber por mais quanto tempo a natureza consegue absorver as grandes quantidades de CO2 emitidas pelo ser humano”, cita o comunicado.
A análise dos dados dos satélites é muito complexa: o mínimo erro pode levar a distorções significativas no cálculo do grau de dimunição de carbono.
Isto ocorre porque o nível de CO2 na atmosfera já está num nível muito elevado, de forma a que só apenas os 'absorvedores' têm níveis baixos. Por isso, os pesquisadores intercalaram as análises com dados menos precisos, completando as suas próprias medições com as mais precisas realizadas pela NASA e ESA.
O mesmo comunicado explica ainda, que, apesar da descoberta, são ainda necessárias muitas mais pesquisas, de forma a se ter uma compreensão completa do ciclo global de carbono.
Notícia sugerida por Maria Pandina