A Administração dos Estados Unidos está a estudar a implementação de um conjunto de medidas destinado ao aumento das restrições à posse de armas em geral.
A Administração dos Estados Unidos está a estudar a implementação de um conjunto de medidas destinado ao aumento das restrições à posse de armas em geral. As propostas de restrição apresentadas pelo presidente Barack Obama são, inclusive, mais amplas do que as inicialmente noticiadas, indo além das armas automáticas e de maior calibre.
Após o incidente sangrento, no passado mês de Dezembro, numa escola primária em Newton, no estado norte-americano do Connecticut, que culminou na morte de 27 pessoas, o debate sobre o acesso e a posse de armas reacendeu-se nos EUA.
A informação relativa à possibilidade de restringir essa posse foi avançada pela edição deste domingo pelo jornal The Washington Post, que cita várias pessoas envolvidas nas discussões iniciadas pela Administração Obama.
De acordo com a publicação, citada pela Lusa, o grupo de trabalho liderado pelo vice-presidente Joe Biden está a considerar seriamente a adoção de uma série de restrições gerais à lei das armas, que passarão, por exemplo, pela verificação obrigatória da história de vida dos compradores de armas e pelo reforço dos exames à sua saúde mental.
Além disso, está também em cima da mesa a criação de uma base de dados com o registo dos movimentos e das vendas de armas e multas mais duras para quem transporte armas perto de escolas ou as venda ou ofereça a menores.
Sociedade norte-americana dividida quanto às restrições
Segundo o The Washington Post, a Casa Branca ainda está a elaborar a estratégia de apresentação destas medidas no Congresso, onde, escreve o jornal, considerando-se a divisão tensa entre democratas e republicanos, o debate sobre eventuais alterações à lei das armas deverá ser “difícil” e “longo”.
A mesma divisão é notória entre a sociedade civil norte-americana. As sondagens mais recentes mostram que, embora se observe uma maior predisposição dos cidadãos para aceitarem o reforço das restrições a armas de fogo, a maioria continua a opor-se a uma proibição mais alargada quanto à sua posse.
Na sequência do massacre de Newton, alguns estados, como o Arizona, já anunciaram mesmo ponderar autorizar os professores a irem para a escola armados para prevenir futuros incidentes.
O The Washington Post salienta que o lóbi que defende o direito à posse de armas nos EUA, muito poderoso e influente ao nível do Congresso, poderá também ser um obstáculo à aprovação destas medidas, mas adianta que Obama está a estudar possibilidades de o contornar.
Atualmente, o direito a recorrer a armas é garantido pelas emendas constitucionais dos EUA, pelo que qualquer alteração terá que ser previamente aprovada por cada um dos 50 estados do país.