A luta contra o vírus da gripe pode vir a tornar-se mais eficaz graças à descoberta de novas estratégias de combate focadas nas células do hospedeiro.
A luta contra o vírus da gripe pode vir a tornar-se mais eficaz graças à descoberta de novas estratégias de combate. Estas estratégias foram dadas a conhecer recentemente por investigadores da Universidade da Geórgia, nos EUA, e focam-se nas células do hospedeiro.
No estudo realizado, que foi publicado no Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology, os investigadores tiveram em conta o facto de o vírus da gripe sofrer mutações constantes, o que dificulta a eficácia das vacinas e dos fármacos antivirais.
Portanto, utilizaram uma tecnologia – a RNA de interferência – que lhes permitiu identificar as vias utilizadas pelas células do hospedeiro na replicação do vírus da gripe. Ou seja, procuraram atuar sobre estas células do hospedeiro e não sobre o próprio vírus, capaz de se mutar rapidamente para evitar a ação dos fármacos antivirais.
Com a utilização de fármacos que têm por alvo as células do hospedeiro, o tratamento é mais bem-sucedido, uma vez que estas raramente sofrem mutações.
“Como a replicação do vírus depende de componentes da célula hospedeira, a determinação dos genes necessários para este processo permite o desenvolvimento de novas estratégias de intervenção que incluem antivirais e vacinas”, adiantou Ralph Tripp, um dos autores do estudo, em comunicado de imprensa.
A investigação efetuada por estes especialistas norte-americanos abre, então, portas a um ataque renovado ao vírus da gripe. “Existem atualmente dois fármacos utilizados no tratamento das infeções, mas o vírus desenvolveu resistência a estes tratamentos.
Os nossos estudos identificaram genes e as vias celulares associadas que podem funcionar como alvo para silenciar a replicação do vírus”, acrescentou.
Segundo os investigadores, estas descobertas poderão vir a ser utilizadas para criar novos medicamentos antivirais e desenvolver novas vacinas, ao passo que a RNA de interferência, tecnologia usada nestes trabalhos, poderá ser também um recurso para incrementar os fármacos contra outros vírus, como o da poliomielite e o da hepatite.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).