Tem apenas 24 anos mas diz ser “repórter desde os 15”. Sara Ganim é uma das mais jovens vencedoras dos prémios Pulitzer, o mais prestigiado galardão norte-americano atribuído a trabalhos de excelência nas áreas de jornalismo, literatura e música. Da lista dos premiados figuram jornalistas da Associated Press, do New York Times e do estreante Huffington Post.
A trabalhar no The Patriot News, jornal de referência do estado de Pensilvânia, Sara Ganim foi uma das principais responsáveis pela denúncia de um caso de abusos sexuais na Universidade de Penn State.
O caso começou a ser investigado pela norte-americana quando esta tinha ainda 22 anos e foi ela que revelou pela primeira vez a suspeita, mais tarde confirmada, sobre um dos treinadores assistentes de futebol de Penn State, Jerry Sandusky.
Licenciada em 2008 pela Universidade de Penn State e com um estágio realizado na Associated Press, Ganim tornou-se repórter do Patriot News, na área da justiça e da criminalidade. O seu curto mas completo percurso levou-a ainda a ser professora adjunta da universidade que frequentou e a trabalhar na WZWW Radio State College.
O segredo? Sara diz levantar-se por volta das 3 ou 4 horas da manhã e começar trabalhar. “Eu adormeço e acordo com as notícias da manhã”, explica no seu website. “Trabalho 60 horas por semana a pesquisar e a investigar, a conversar com fontes e a descascar camadas até encontrar histórias fantásticas”, revela ainda.
A jovem jornalista acredita ainda que o futuro está na convergência de meios jornalísticos, e que “a reportagem nos jornais já não se trata apenas de usar a caneta e o papel”. “Não é raro para mim – num único dia – tirar fotografias, filmar e editar vídeo, escrever, atualizar o site, publicar no Twitter e compor histórias radiofónicas”, sublinha.
Sara posiciona-se assim entre os mais jovens jornalistas a vencer o prémio Pulitzer, existente há 95 anos, juntamente com Stephanie Welsh que o conquistou com 22 anos, em 1996, e Jackie Crosby, que alcançou o feito aos 23, em 1985.
Huffington Post vence prémio pela primeira vez
Outra das novidades dos prémios deste ano foi a estreia do Huffington Post. O jornal online venceu na categoria de Reportagem Nacional pelas mãos do jornalista David Wood, que explorou os desafios físicos e emocionais que os soldados americanos tiveram que ultrapassar no conflito com o Iraque.
Entre os vencedores contam-se também dois trabalhos publicados pelo The New York Times, nas categorias de Reportagem Explicativa e Reportagem Internacional. Já a categoria de Reportagem de Investigação foi conquistada pela Associated Press e pelo Seattle Times.
Este ano ficaram por atribuir prémios nas categorias de Escrita Editorial e de Ficção (área das Letras, Teatro e Música), por falta de consenso do júri.
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[Notícia sugerida por Sofia Baptista]