“A pena de morte praticada em Oregón não é imparcial nem justa, nem rápida nem certeira e não é aplicada de igual modo a toda a gente”, assegurou o Governador democrata, que regressou ao cargo em 2010, em conferência de imprensa.
Com a decisão da noite de terça-feira, os 37 reclusos que permanecem no corredor da morte naquele estado da costa oeste dos Estados Unidos ficam com a garantia de não execução, pelo menos, até 2015, quando termina o mandato do atual Governador.
Em entrevista coletiva, Kitzhaber criticou o atual sistema: “Está na altura de Oregon considerar outra abordagem. Recuso-me a fazer parte deste sistema por mais tempo, não permitirei mais execuções enquanto for governador”.
Desde 1984, quando Oregon retomou a pena de morte, apenas dois prisioneiros foram executados durante o anterior mandato do atual governador (1995-2003).
Em 2010, o número total de execuções nos EUA foi de 46, segundo a o Centro de Informações sobre a Pena de Morte. Durante o ano de 2011, os Estados Unidos executaram 43 reclusos e o único caso pendente era o cumprimento da pena de Gary Haugen, de Oregon, condenado pelo assassinato da mãe de sua ex-namorada.
Informações da agência EFE apontam que, dos 50 estados dos EUA, 35 (incluindo Oregon) continuam a aplicar a pena de morte.
Execução de inocentes
O principal argumento dos que estão contra a pena de morte, nos EUA, é a possibilidade de execução de pessoas inocentes. Em 2009, a história de Todd Willingham, um homem executado em 2004, no Estado norte-americano do Texas, chocou o mundo quando os peritos anunciaram que, afinal, o homem estava inocente.
Em 1992, Todd Willingham foi condenado à injecção letal sob a acusação de fogo posto: o incêndio, na sua casa, matou três filhas. Todd tinha 23 anos e foi executado 12 anos depois. Recusou-se sempre a assumir a culpa.
Mas em 2009, num relatório entregue à Comissão de Ética do Texas, um especialista em incêndios concluiu, tal como outros dois peritos já o tinham feito em 2004 e 2006, que o incêndio tinha sido “acidental”.