Nos EUA, há um café que apenas emprega jovens sem-abrigo. O Purple Door Coffee, em Denver, nasceu há cerca de dois anos e dá uma oportunidade de trabalho a quem se viu forçado a viver na rua mas não perdeu o sonho de construir um futuro.
Nos EUA, há um café que apenas emprega jovens sem-abrigo. O Purple Door Coffee, em Denver, nasceu há cerca de dois anos e dá uma oportunidade de trabalho a quem se viu forçado a viver na rua mas não perdeu o amor próprio e o sonho de construir um futuro melhor.
Em entrevista à cadeia de televisão local KUSA-TV, Madison Chandler e Mark Smesrud, os fundadores do café, contam que o Purple Door Coffee emprega três jovens de cada vez e lhes oferece contratos de trabalho de um ano, ajudando-os a encontrar um local para viver e proporcionando-lhes a hipótese de reencontrar a estabilidade.
“Os jovens que vivem na rua têm uma cultura muito distinta e precisavam de algo que fosse muito específico”, explica Smesrud, que diz ter percebido, no contacto com estas pessoas, que, apesar das desventuras da vida, todos eles partilham um grande sentido de esperança, razão que o levou, em conjunto com Chandler, a fundar este estabelecimento sem fins lucrativos.
Embora, por vezes, o progresso seja lento e difícil, os dois empreendedores e filantropos tentam incentivar os funcionários – muitos deles que tinham, também, problemas com drogas – até durante as recaídas.
“Sempre que corrigimos um comportamento menos bom, nunca dizemos: 'és mau, portanto fizeste uma coisa má'. O que dizemos é: 'és melhor do que isto e mereces melhor, lembra-te disso e deixa-nos ajudar”, revela Smesrud, que disponibiliza também à equipa, durante o processo, um programa de formação em diversas áreas, desde a saúde à gestão do orçamento.
Os jovens Madison Chandler e Mark Smesrud (à direita) são os rostos por detrás do Purple Door Coffee © Purple Door Coffee/Facebook (Reprodução)
Jenna Williams é um dos casos de sucesso do Purple Door Coffee. A jovem de 23 anos, que viveu na rua desde os 15, terminou, recentemente, o seu contrato e já encontrou um novo emprego como “barista” num dos cafés da rede Starbucks.
“A família do Purple Door Coffee deu-me a oportunidade que mais ninguém me daria. Eles compreenderam-me. Nunca me senti tão em casa. É uma missão que funciona e que tenho muito orgulho em ter experienciado”, confidenciou, em declarações à KUSA-TV.
Jenna, que, em Outubro, quase perdeu o emprego depois de ter voltado ao ex-namorado e às drogas pesadas, garante que o apoio e orientação que recebeu durante aquele período foram fundamentais.
“Em parte, o programa ajudou-me a afastar-me dessa situação, porque um dos conselhos que me deram foi lembrar-me de que tenho a liberdade de sair de circunstâncias que não sejam saudáveis para mim”, recorda.
Até ao momento, os funcionários do Purple Door Coffee registam “uma taxa de sucesso de 50%”, mas Mark Smesrud assegura que mesmo aqueles que não concluem a experiência beneficiam, até certo ponto, de tudo o que vão aprendendo durante o processo.