Um grupo de investigadores decidiu debruçar-se sobre uma amostra das pessoas mais felizes e definir o que é que, em termos científicos, cada uma delas tem em comum.
Vários estudos recentes decidiram investigar aquilo que torna as pessoas mais felizes. As conclusões, obtidas em diferentes investigações realizadas por especialistas na área da psicologia, estão agora reunidas num artigo preparado pela revista 'TIME'.
1. Relações sociais
A primeira situação apresentada refere-se às relações. De acordo com a obra 'The Happiness Advantage: The Seven Principles of Positive Psychology That Fuel Success and Performance at Work', as pessoas mais felizes são aquelas com relações mais fortes entre pessoas.
Segundo o autor, Eric Baker, há “uma resposta clara para aquilo que diferencia as pessoas mais felizes das restantes e essa não está relacionada nem com dinheiro, nem inteligência, nem género, nem raça”. Está sim, diretamente ligada à questão das relações interpessoais.
“Verificámos que há uma e apenas uma característica a distinguir os 10% de pessoas mais felizes das restantes em análise: a força das suas relações sociais. Quanto mais apoio social se tem, mais feliz se é”, lê-se no artigo.
Um outro estudo, levado a cabo ao longo de 70 anos de vida de um grupo de alunos da Universidade de Harvard, nos EUA, garante que “a capacidade de amar e ser amado é das forças mais claramente associadas ao bem-estar numa pessoa aos oitenta anos de idade”.
A revista TIME sugere, por isso, que hoje, quem quiser fazer alguma coisa para ser mais feliz, deve passar tempo com os seus amigos. “Não passar tempo com aqueles de que mais gostamos é das coisas de que mais nos arrependemos”, conclui.
2. Fazer mais e não menos
As pessoas mais felizes são aquelas que estão mais ocupadas mas que não se sentem sobrecarregadas. Por outras palavras, os mais afortunados em felicidade são aqueles com pouco ou nenhum tempo livre, mas que não passam a vida a correr de um lado para o outro, apressados com a quantidade de coisas que têm para fazer.
Apesar de uma pessoa se sentir cansada e a precisar de fazer um intervalo, “não fazer nada não é a resposta”. Ao que parece, “demasiado tempo livre é um fardo”, com os estudos a revelar que “os menos felizes são aqueles que, a maior parte das vezes, têm excesso de tempo livre”.
A melhor forma de ocupar, precisamente, os tempos mortos que aniquilam a nossa felicidade é a fazer aquilo em que somos bons. As nossas “forças exclusivas” são aquilo em que temos talento e que nos trás alegria e satisfação. Aquelas pessoas que, propositadamente, fazem questão de exercitar diariamente as suas “forças exclusivas” tornam-se significativamente mais felizes.
Mais uma vez a obra 'The Happiness Advantage: The Seven Principles of Positive Psychology That Fuel Success and Performance at Work' conta que “quando um grupo de 577 voluntários foram encorajados a escolher uma das suas 'forças exclusivas' e a fazer uso dela no seu quotidiano, os mesmos acabaram por ficar bastante mais felizes e menos depressivos que os restantes grupos de controlo”.
3. Não ficar num trabalho que detestamos
Karl Pillemer, da Universidade de Cornell, entrevistou cerca de 1.500 pessoas com idades entre os 70 e os 100 anos, para o livro que estava a preparar '30 Lessons for Living: Tried and True Advice from the Wisest Americans'. O concelho mais redundante e frisado pelos inquiridos foi precisamente este: não ficar num trabalho do qual não se gosta.
“Sabem quando temos aqueles pesadelos em queremos gritar e avisar alguém mas não sai nenhum som? Bem, é essa a intensidade com que os mais experientes querem transmitir aos jovens que passar tempo de vida num trabalho de que não gostamos é a receita para o arrependimento. Quem olhar para trás e vir milhares de horas perdidas anualmente em função de um trabalho que não aprecia vai achar pura idiotice”, escreve o autor.
4. Agende a sua felicidade
Estar apática e passivamente à espera da felicidade é uma proposta, desde logo, perdedora. “A felicidade precisa de consultas regulares”, conta Eric Baker. Há algo tão simples mas que tão poucos fazem como “um plano daquilo que nos faz feliz”, acrescenta.
Isto porque, segundo Jennifer Aaker, autora de 'The Dragonfly Effect', muitas vezes “há uma lacuna entre aquilo onde as pessoas dizem querer gastar o seu tempo e aquilo que elas acabam realmente por fazer”. No entanto, ao calendarizar cuidadosamente o nosso tempo, há mais hipóteses de os nossos planos se concretizarem”.
5. A felicidade não é tudo
É preciso não confundir a felicidade que sentimos ao comer um gelado e o quão bem nos sentimos a educar os nossos filhos. “A felicidade é uma palavra vaga. Precisamos de sentimentos felizes, mas também precisamos de significado nas nossas vidas”, escreve a TIME.
“Os nossos resultados relacionam o sentimento de felicidade com o facto de se conseguir o que se quer e precisa, quer de outras pessoas quer através de dinheiro”, revela uma outra investigação, da autoria de Roy Baumeister, Jennifer Aaker, Kathleen Vohs and Emily Garbinsky. “Por seu lado, a realização está ligada às coisas que nos refletem e que têm um efeito positivo nos outros”.
Resumindo, “correr maratonas é doloroso, mas chegar ao fim é incrível”, tal como “estudar é aborrecido, mas ter um grau académico dá-nos uma sensação fantástica”.
6. Dê mas não até doer
Dar faz-nos mais felizes do que receber. Ajudar os outros a atingir os seus fins traz-nos alegria e satisfação. Fazer boas ações pelos outros faz-nos sentir felizes para o resto da semana.
Segundo a obra 'Give and Take: A Revolutionary Approach to Success', as pessoas mais egoístas acabam por se sentir sobrecarregadas e stressadas, criando, involuntariamente, conflitos.
No entanto, dar demais também nos pode tornar infelizes. As investigações levadas a cabo fazem crer que há um limite para o tempo, por ano, que devemos despender a viver em função dos outros: 100 horas, o que equivale a 2 horas por semana.
Num estudo com mais de 2.000 adultos australianos, por exemplo, aqueles que dedicaram cerca de cem horas da sua vida, por ano, aos outros revelaram-se mais felizes e satisfeitos do que aqueles que despendem menos ou excessivamente mais.
Leia o artigo original, em inglês, AQUI.
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