Cientistas da Universidade de Cambridge conseguiram detetar 80 marcadores genéticos que podem aumentar o risco de cancro. A descoberta feita a partir de testes de ADN pode potenciar a criação de novas terapias.
Cientistas norte-americanos identificaram mais de 80 marcadores genéticos que podem aumentar o risco de cancro da mama, próstata e ovários. O maior estudo realizado até hoje nesta área promete utilizar estas informações de ADN para conseguir prevenir o surgimento destas doenças e reduzir o número de casos fatais associados.
A investigação desenvolvida pela Universidade de Cambridge e pelo Instituto de Investigação do Cancro de Londres teve como base o estudo de dois grupos de cem mil pessoas, com e sem cancro.
Os especialistas conseguiram encontraram variações genéticas que eram comuns em pessoas com tumores da próstata, mama e ovários, e associá-las à percentagem de risco de contrair a doença.
“Estamos perto de conseguir usar os nossos conhecimentos sobre estas variações genéticas para podermos desenvolver testes que podem complementar o rastreio do cancro da mama e deixar-nos mais perto de ter um programa eficaz de deteção do cancro da próstata”, explica o investigador Doug Easton, no site oficial da Universidade de Cambridge.
Descoberta trás novas potencialidades para o tratamento do cancro
Através das informações genéticas de ADN recolhidas durante a investigação, os cientistas conseguiram identificar quais as pessoas que vivem com uma maior probabilidade de ter cancro. A equipa de especialistas acredita que esta descoberta pode “conduzir a novos tratamentos, rastreios direcionados e um maior conhecimento sobre o desenvolvimento destas doenças”.
As variações genéticas, designadas de Polimorfismos de Nucleotídeo Único (SNP, sigla em inglês), foram descobertas junto a áreas do genoma que controlam o comportamento de certos genes. Alterações nestas áreas podem levar a que as células “cresçam de forma descontrolada”, permitindo que o cancro se espalhe pelo corpo.
O cientista Paul Pharoah acredita que “a identificação destas variações genéticas, associadas ao risco de cancro, vão garantir importantes perceções sobre a biologia do cancro, que poderá conduzir-nos ao desenvolvimento de novas terapias ou melhores formas de deteção da doença”.
A Universidade de Cambridge tem vindo a progredir cada vez mais no entedimento sobre o cancro, tendo no início deste ano identificado uma hélice quádrupla no genoma humano que pode ser responsável pela origem da doença, como o Boas Notícia avançou na altura.
Também durante este mês, os cientistas conseguiram encontrar respostas do organismo humano ao cancro da mama, através de análises de sangue. Esta descoberta permite saber como é que as células cancerígenas estão a responder aos tratamentos.
Clique AQUI para consultar o comunicado da Universidade de Cambridge.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]