Uma equipa de investigadores, liderada pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), identificou uma forma de aumentar a vida de células progenitoras vasculares para a regeneração de tecidos afetados pela interrupção do fluxo sanguíneo.
A maioria das células estaminais progenitoras vasculares, utilizadas para regenerar o fluxo de sangue nos tecidos afetados por paragem cardíaca ou AVC (acidente vascular cerebral), morrem depois de serem injetadas. A morte destas células está associada à presença de uma molécula (microRNA-17).
Os investigadores descobriram que a adição de uma proteína imobilizada em micropartículas, chamada “fator de crescimento endotelial vascular”, a células progenitoras vasculares pode aumentar o seu tempo de sobrevivência ao reduzir a quantidade de microRNA-17.
Sezin Aday, primeira autora do artigo publicado na Nature Communications, explica que “injetámos células progenitoras vasculares, transfetadas com um inibidor do microRNA-17, no músculo da perna de animais que tinham perdido fluxo sanguíneo e conseguimos recuperar esse fluxo. A inibição de microRNA-17 aumentou o período de sobrevivência das células progenitoras vasculares que lhes permitiu criar novos vasos sanguíneos no músculo”.
O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo programa ERA Chair em envelhecimento (Horizonte 2020), foi coordenado por Lino Ferreira, líder do Grupo de Investigação “Biomateriais e terapias baseadas em Células Estaminais” do CNC e investigador coordenador da FMUC, e contou com a colaboração da Universidade do Texas em Austin, Universidade de Bristol, Universidade de Aveiro, Universidade do Porto, Universidade da Beira Interior, Massachusetts Institute of Technology e Imperial College of London.