Um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores norte-americanos concluiu que o casamento faz bem ao coração, prevenindo o risco de doenças cardiovasculares. As conclusões deram conta de uma associação entre o estado civil de uma pessoa e a
Um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores norte-americanos concluiu que o casamento faz bem ao coração, prevenindo o risco de doenças cardiovasculares. As conclusões deram conta de uma associação entre o estado civil de uma pessoa e a tendência para problemas cardíacos, tanto em homens como mulheres.
Para as pessoas casadas, o risco de doenças cardiovasculares, em geral, era cinco por cento menor do que entre os solteiros, independentemente da idade, do sexo e da raça dos casos analisados. Comparativamente com os participantes cujo estado civil era solteiro, viúvo ou divorciado, aqueles que se encontravam em situação de matrimónio tendiam a apresentar menor risco de doenças cardíacas.
Ainda assim, Carlos Aviar, principal autor do estudo e docente na Faculdade de Medicina da Universidade de Nova Iorque, refere que “os resultados não devem incitar ninguém a casar precipitadamente”. Para o especialista é, sim, “importante saber se as pessoas vivem sozinhas ou em casa, porque isso pode ter consequências importantes na sua saúde cardiovascular”.
O estudo, feito com base em arquivos médicos de mais de 3,5 milhões de norte-americanos, com idades entre os 21 e os 102 anos, foi apresentado na passada sexta-feira, na conferência anual do Colégio Americano de Cardiologia, em Washington.
Embora tenha havido já estudos anteriores, de menor dimensão, a chegar à mesma conclusão, os investigadores sublinham que a extensão deste último permite, pela primeira vez, associar os riscos de quatro diferentes patologias cardiovasculares (doença arterial periférica, acidentes vasculares cerebrais, doença da artéria coronária e aneurisma da aorta abdominal) a diferentes situações familiares.
No caso dos utentes casados, as probabilidades de sofrer um aneurisma da aorta abdominal, de doenças vasculares cerebrais e de doenças nas artérias das pernas eram inferiores em 8%, 9% e 19%, respetivamente. Para os viúvos, o risco era 3% maior em todas as doenças vasculares e 7% superior nas doenças coronárias.
Por outro lado, os divorciados ou viúvos apresentavam maior risco de doença cardiovascular do que os solteiros e do que os comprometidos por matrimónio. O divórcio surge ligado a maiores probabilidades de sofrer de todas as patologias vasculares.
“A ligação entre o casamento e uma diminuição do risco de doenças cardiovasculares é mais evidente entre os jovens, o que foi uma surpresa”, sublinha Carlos Avilar, citado pela Lusa. Para pessoas com menos de 50 anos, estar casado traduz-se numa redução de 12% do risco de doenças cardiovasculares, taxa que cai para 7% entre os 51 e os 60 anos e para 4% nas pessoas com mais de 61 anos.
Os dados avaliados foram recolhidos junto das pessoas recrutadas para participar num programa pago de despistagem de doenças cardiovasculares em mais de 20.000 locais nos 50 estados norte-americanos entre 2003 e 2008.
Notícia sugerida por Patrícia Guedes e António Resende