Os principais objetivos do estudo são enquadrar os mais significativos indicadores relativos ao desenvolvimento da economia digital, em Portugal, desde 2009 até aos dias de hoje, estimar o volume do negócio eletrónico no país, os seus principais segmentos e prever a sua evolução até 2020.
A análise foi apresentada durante a PORTUGAL DIGITAL SUMMIT, que decorreu em outubro de 2016, altura em que a ACEPI realizou um debate em torno das temáticas da economia e da sociedade digital.
Responsáveis das empresas, organizações e autoridades nacionais e internacionais foram abordados no âmbito desta investigação que procura promover, educar, analisar, orientar e potenciar a vertente digital no país, com o intuito de nos afirmarmos como uma referência num setor em rápido crescimento internacional.
Utilização da internet, comércio eletrónico, domínios e presença online das empresas, impacto da mobilidade na economia digital e marketing digital, são alguns dos tópicos analisados.
Este estudo teve por base o modelo nacional para quantificação da economia digital desenvolvida pela IDC para a ACEPI, o Worldwide New Media Market Model e outros estudos desenvolvidos pela IDC a nível internacional, e inquéritos às empresas portuguesas e aos utilizadores de internet em Portugal. Debruçou-se, ainda, em estatísticas macroeconómicas publicadas pelo INE, BE, Banco de Portugal e União Europeia (UE) sobre o número de empresas, volume de negócios das mesmas, crescimento do PIB e população portuguesa. Teve em conta, também, as estimativas e previsões da IDC sobre a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) no mercado empresarial e consumo, e as estatísticas publicadas pelo INE e Eurostat sobre a utilização da internet e comércio eletrónico em Portugal.
De acordo com as conclusões do estudo, referentes à percentagem de utilizadores de internet em Portugal, na UE e no mundo, pode verificar-se que temos vindo a assistir a um aumento no número de utilizadores desde 2015 e que, até 2025, prevê-se que as percentagens se situem nos 68% de utilizadores no mundo e nos 90% na UE. No que se refere aos dados da população portuguesa que utiliza a internet, tem-se vindo a assistir a um aumento desde 2010, altura em que a percentagem de utilizadores era de 50%, aumentado em 20% em 2015, perfazendo um total de 70%, e em 2025 as previsões apontam para a existência de 90% de utilizadores.
No que se refere às conclusões do estudo quanto à percentagem de compradores online em Portugal, na UE e no mundo, temos, à semelhança dos números registados no gráfico anterior, vindo a assistir a um aumento no número de utilizadores desde 2015 e, até 2025, prevê-se que as percentagens se situem nos 33% de utilizadores no mundo e nos 81% na UE. No que se refere aos dados da população portuguesa que compra online, tem-se vindo a assistir a um aumento desde 2010, altura em que a percentagem que era de 15%, aumentando em mais 15% em 2015, e assim perfazendo um total de 30%, e em 2025 as previsões apontam para a existência de 60% de utilizadores.
Quando se fala em comércio eletrónico em Portugal e, mais especificamente no volume total de compras online quanto ao consumidor final, efetuadas pelos portugueses, tem vindo a aumentar desde 2010. Cresceu de valores que atingiam cerca de dois mil euros para 3803 milhões de euros em 2015 e, de acordo com as estatísticas, com o aumento faseado do volume total de compras online feitas pelos portugueses, prevê-se que, em 2025, atinjam os 9194 milhões de euros.
Quanto às compras em sites nacionais e no estrangeiro – B2C (business to consumer) o estudo aponta que mais de 80% dos portugueses já fizeram compras em sites no estrangeiro, 45% das compras efetuadas por portugueses são feitas em sites estrangeiros e 16% dos portugueses nunca fizeram compras em sites estrangeiros.
Relativamente aos sites estrangeiros mais utilizados pelos portugueses verifica-se que o eBay é o mais utilizado, com 54% dos utilizadores a fazerem as suas compras online, seguindo-se o Amazon com 38% de utilizadores, o Booking com 35%, o AliExpress com 28%, o Google com 23%, o Groupon com 14% e o iTunes com seis por cento.
A origem dos sites estrangeiros mais utilizados pelos portugueses é diversificada, sendo que o Reino Unido e a China são os países que lideram, com cerca de 50% dos portugueses a fazerem compras online nestes destinos. Entre as preferências dos portugueses para comprar online seguem-se sites espanhóis com 34% dos utilizadores, os Estados Unidos da América com 28%, outros países europeus com 27% e, por fim, os sites oriundos do Brasil com seis por cento e outros com quatro por cento.
As apps internacionais mais utilizadas são a NETFLIX, com 16% dos compradores; a UBER, com 11% dos consumidores e a AIRBNB com nove por cento dos utilizadores.
Os produtos e serviços mais comprados pelos portugueses são o alojamento, com 46%; os bilhetes de transporte, com 40%; o vestuário e acessórios de moda, com 39%; os bilhetes de espetáculos, com 34%; os livros, com 31%; os equipamentos móveis e acessórios, com 27%; os artigos para o lar, com 24%; e equipamento informático, com 23%.
Os três métodos de pagamento online mais utilizados pelos portugueses são o multibanco, as transferências bancárias e o cartão de crédito. Seguem-se depois o Paypal, a MBNet e o MBWay.
Relativamente à presença das empresas na internet, são as grandes empresas que lideram o ranking com 97%, seguem-se as médias empresas com 86%, as pequenas empresas com 56% e as microempresas com 30%.
Quanto ao tipo de presença online que cada empresa tem, as que têm site próprio são as que lideram, com uma percentagem de 81%; seguem-se as que têm página em rede social, com 60%; 58% têm venda online com site próprio; 51% são empresas com aplicação móvel; 23% têm páginas em diretórios de empresas; e 15% vendem online em site de terceiros.
Em consonância com a presença das empresas online, são as grandes, médias e pequenas empresas que mais praticam comércio eletrónico – 54%, 40% e 23% respetivamente. Apenas 8% das microempresas realizam compras online.
No que se refere ao volume de negócio online vindo do estrangeiro, os dados indicam que, entre 2012 e 2015, mais do que duplicou o volume de vendas das empresas portuguesas para o estrangeiro. Enquanto, em 2012, a percentagem era de nove por cento, no ano seguinte passou para 11% e em 2014 para 15%. Este número ascendeu aos 26% em 2015.
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Fonte: Estudo Anual da Economia e da Sociedade Digital em Portugal
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