O estúdio Silverbox traz de volta os antigos fotógrafos do século XIX. Com uma máquina em caixa de madeira é possível ser retratado como antigamente. O resultado são fotografias a preto e branco que parecem retiradas de um baú dos nossos avós.
Nasceu em Lisboa um conceito diferente de fotografia. O estúdio Silverbox traz de volta os antigos fotógrafos do século XIX. Com uma máquina em caixa de madeira é possível ser retratado como antigamente. O resultado são fotografias a preto e branco que parecem retiradas de um baú dos nossos avós.
“O (estúdio) Silverbox é o culminar das nossas aprendizagens e experiências fotográficas. Há muito tempo que os nossos amigos nos diziam que devíamos mostrar o nosso trabalho às pessoas”, revela ao Boas Notícias Rute Magalhães, de 29 anos, uma das fundadoras do projeto.
Ambos apaixonados pelas artes visuais, Rute e Filipe Alves, arquiteto de 34 anos, sempre desejaram “criar um estúdio para partilhar com outras pessoas”.
“Desde o início que pensámos que se embarcássemos nesta aventura iríamos usar técnicas analógicas e métodos históricos”, salienta Filipe. O casal encontrou em Lisboa um “espaço com potencial” para aplicar estas técnicas e assim, em 2012, nasce o estúdio Silverbox.
Aqui, tanto a envolvência do espaço como as grandes máquinas fotográficas antigas de madeira remetem para tempos passados. Tudo é feito como antigamente, o fotógrafo escolhe a melhor iluminação, as poses, o cenário de fundo e até a roupa é, por vezes, escolhida para a ocasião.
“Achamos que é muito mais interessante serem as próprias pessoas a trazer o seu guarda-roupa. E de facto há sempre uma roupa especial, uma joia de família ou um acessório com uma história que se enquadra muito bem quando as pessoas vêm fazer a fotografia”, conta Rute.
Depois da sessão fotográfica, as pessoas são convidadas a fazer uma visita ao laboratório e a assistir à revelação das fotografias.
Rute e Filipe conseguem criar imagens de atmosfera e expressividade intemporal através de um método fotográfico antigo conhecido como 'colódio húmido'.
Muito usado desde 1851, este processo fotográfico “tem uma sensibilidade muito baixa que obriga a tempos de exposição da ordem dos 5 segundos, o que torna necessário planear com cuidado os retratos”.
Na máquina são inseridas chapas que têm de ser “preparadas, utilizadas, reveladas e fixadas enquanto se encontram húmidas, pois se secarem perdem as suas propriedades fotossensíveis”.
Do colódio húmido resulta uma imagem original, a preto e branco, que se constrói de milhões de minúsculos cristais de prata.
Legenda: Um dos retratos feitos no estúdio Silverbox cuja luminosidade remete para tempos antigos
“A reação mais comum é: não sou eu, isto é um antepassado. O facto de ser um retrato sério surpreende toda a gente! O sorriso está tão intrínseco ao ato de se ser fotografado, que as pessoas ao verem-se fotografadas sem ser a sorrir, estranham-se, demoram a reconhecer-se. É muito interessante assistir a esse novo olhar, uma espécie de reencontro com o eu”, revela o arquiteto.
No Silverbox (Rua da Piedade, nº 71 Lisboa) é possível fazer vários tipos de sessões fotográficas, desde retratos a sessões de grupo. Aberto de segunda a sexta-feira, os preços para estas viagens no tempo que ficam gravadas para sempre variam entre os 40 e os 200 euros.
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