Saúde

Estômago: Novo método português para detetar cancro

Dois investigadores portugueses desenvolveram um novo método de diagnóstico do cancro difuso e hereditário do estômago baseado no recurso a imagens 2D.
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Dois investigadores portugueses desenvolveram um novo método de diagnóstico do cancro difuso e hereditário do estômago baseado no recurso a imagens 2D. A inovação foi dada a conhecer através de um estudo publicado, este mês, na revista científica “European Journal of Human Genetics”. 
 
Da responsabilidade de uma equipa coordenada por Raquel Seruca, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), e João Sanches, do Instituto Superior Técnico de Lisboa, o método baseia-se num algoritmo que permite, pela primeira vez, quantificar a proteína existente no estômago e perceber o risco que lhe está associado.
 
“Quando há uma mudança na proteína, relativamente à localização ou à quantidade, é porque a sua função está perturbada, mas até aqui não conseguíamos quantificar isto. É isso que este algoritmo ajuda a fazer”, explicou Raquel Seruca em declarações à agência Lusa.
 
Segundo a investigadora do IPATIMUP, nem sempre a existência de uma alteração na proteína significa que a pessoa vai desenvolver cancro, pelo que a grande vantagem deste algoritmo está associada ao facto de “ajudar a separar as variantes que têm impacto e são de risco das que não o são”. 
 
Ou seja, “trata-se de um exame complementar, que visa melhorar o diagnóstico a este nível”, esclarece a investigadora. Para João Sanches, responsável pelo desenvolvimento do algoritmo, tal diagnóstico pode ser crucial, na medida em que “80% dos casos em que essa mutação [da proteína do estômago] ocorre resulta numa situação de cancro”.
 
“Com base em imagens, conseguimos observar a concentração de proteína e, através de uma análise numérica, é possível dar informação ao médico do grau de funcionamento desta”, descreve o cientista português, que acrescenta que este método “permite aumentar o rigor e reduzir o tempo de análise [em que se percebe se a proteína continua ou não funcional]”.
 
O cancro gástrico é o quarto mais comum no mundo e o cancro difuso e hereditário do estômago, com elevada taxa de mortalidade, representa 3% dos casos diagnosticados da doença.

Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês). 

Notícia sugerida por Patrícia Guedes

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