A modernização deste espólio agora digitalizado "surge num contexto de constante mudança tecnológica, para satisfazer diferentes tipos de público, bem como maiores e mais exigentes necessidades de informação", explica a Keep Solution numa nota enviada ao Boas Notícias.
O maior e mais requisitado fundo é o do Corpo Expedicionário Português (CEP), o grupo enviado para França na I Guerra Mundial há precisamente um século. Inclui 74 mil boletins individuais de oficiais, sargentos e praças, o “Livro de Mortes por Concelho” (muito consultado por municípios), mas também a troca de informações com países aliados, a preparação militar em Tancos ou a pesada derrota em La Lys.
O subdiretor do Arquivo Histórico Militar, Capitão Cunha Roberto, considera esta plataforma digital “imprescindível para o acesso e a recuperação dos fundos do Arquivo e para a disponibilização e divulgação da memória do Exército e de Portugal”.
“Esta ferramenta permite uma leitura rápida, eficaz e descentralizada dos documentos, bem como a preservação destes, evitando assim o seu excessivo manuseamento e reprodução. Permite também uma maior agilidade para cruzar fontes e explorar novas temáticas de estudo", salienta o Capitão.
400 anos de história
Em 1736, este passou para a alçada da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra e, com a extinção do Conselho de Guerra em 1834, todo o espólio foi reunido no palacete do Pátio das Vacas, em Belém.
No final da guerra civil travada em Portugal entre liberais constitucionalistas e absolutistas (ou Miguelistas) o chamado Archivo Militar recebeu novas incorporações, como os arquivos do Governo Constitucional nos Açores e das ex-Inspeções Gerais de Infantaria e Cavalaria, entre outros.
Seguiu-se um período de mudanças sucessivas de espaço, desde o Palácio da Ajuda, o Jardim Botânico, a antiga refinação do salitre de Alcântara e o Palácio dos Condes de Resende, fixando-se a partir de 1951 na ala leste do edifício do Estado Maior do Exército, em Santa Apolónia.