A Câmara Municipal de Espinho está a trabalhar na adaptação da cidade à circulação de cidadãos com mobilidade reduzida. A primeira fase da intervenção já está a decorrer e deverá estar terminada no próximo mês de Novembro.
A Câmara Municipal de Espinho está a trabalhar na adaptação da cidade à circulação de cidadãos com mobilidade reduzida. A primeira fase da intervenção já está a decorrer e deverá estar terminada no próximo mês de Novembro.
De acordo com Pinto Moreira, presidente da autarquia, esta primeira fase, que abrange a área entre as ruas 25 e 29 e as avenidas 8 e 20 prevê o rebaixamento de passeios e a homogneização do piso.
“Estamos a criar mobilidade para todos, porque as pessoas com mobilidade condicionada ou reduzida merecem um tratamento diferenciador e privilegiado por parte do Estado e, aqui em Espinho, essa ajuda ainda não estava devidamente assegurada”, declarou, citado pela Lusa.
Entre as medidas a adotar está também a sinalização tátil para invisuais que, na prática, consiste em criar, junto às passadeiras, uma área de piso em relevo que, em formato diferente do restante passeio, vai ajudar os cidadãos a identificar a localização das áreas onde devem atravessar a estrada.
Barreiras arquitetónicas do espaço urbano são para eliminar
Além disso, a iniciativa da autarquia pretende também eliminar as barreiras arquitetónicas do espaço urbano, definir acessos facilitados a edifícios de serviços públicos e trabalhar noutras situações pontuais em que se justifiquem intervenções mais alargadas para corrigir atuais impedimentos à circulação.
Segundo Pinto Moreira, as restantes fases do projeto passarão também pela distribuição pelo concelho de cerca de 50 lugares de estacionamento para cidadãos portadores de deficiência, bem como a criação de uma plataforma digital que, disponível no site da autarquia, dará aos cidadãos com deficiência motora a possibilidade de consultar a lista de locais adequados às suas necessidades.
“Na prática”, explica o autarca social-democrata, “qualquer pessoa poderá verificar nessa plataforma qual o restaurante na cidade onde pode ir jantar, sabendo que esse local terá condições de mobilidade para a sua situação social concreta”.
O valor global do investimento que será feito na cidade para proceder a esta “readaptação de Espinho” ainda não está estimado, mas o presidente da Câmara garante “que tudo será financiado por verbas de jogo”.
Autarquia deixa críticas à Administração Central
A propósito do anúncio destas medidas, o edil de Espinho deixou duras críticas ao Estado, que, no seu entender, não protege suficientemente as pessoas portadoras de deficiência.
“Não consigo perceber como é que a Administração Central tem pré-disponibilidade para introduzir uma política de cortes nos apoios e subvenções a que legitimamente têm direito estas pessoas”, disparou.
“Infelizmente, essas pessoas já são prejudicadas por razões que a natureza assim proporcionou e a minha veia conservadora não aceita que a sua situação seja agravada por medidas tão limitadoras dos seus direitos sociais, quando o Estado continua a apoiar – embora com cortes – cidadãos que nunca produziram o que quer que seja que contribuísse para o desenvolvimento da sociedade”, concluiu Pinto Moreira.