A ave da espécie Aegypius monachus “não tinha problema algum, apenas fome”, já que ter-se-á afastado acidentalmente do seu habitat, explica o diretor do Parque Biológico de Gaia, Nuno Gomes Oliveira, em declarações ao jornal Público.
“Por vezes, as aves saem da sua zona, deixando de encontrar comida. Foi o que aconteceu com este abutre, espécie raríssima em Portugal e nunca antes encontrada aqui”, referiu o responsável, acrescentando que depois de sair da enfermaria, a ave “passará para o chamado túnel de voo, onde fará exercício físico para se preparar para a libertação, que deverá acontecer no Sul do país”.
Embora não adiante datas, Nuno Gomes Oliveira garante que a instituição tudo fará para que a libertação aconteça o mais rapidamente possível, para que o abutre não se habitue ao cativeiro.
O envenenamento, a alteração dos habitats e a perturbação causada pela abertura de estradas têm condicionado o crescimento da população de abutres-pretos em Portugal, onde se estima que haja menos de seis adultos maturos.
Os últimos dados de nidificação comprovada de abutre-preto em Portugal referem-se a 1973. Desde então têm sido realizadas tentativas de nidificação por aves vindas de Espanha: “A partir dos anos 90 tem aumentado o número de observações no interior sul de Portugal”, nota o Parque Biológico de Gaia, citado pelo Público.