Pela primeira vez na história, um robô espacial - o Philae, da Agência Espacial Europeia (ESA) - aterrou na superfície de um cometa. Em jeito de boas-vindas, a formação rochosa brindou o aparelho e os investigadores com uma "canção misteriosa".
Pela primeira vez na história, um robô espacial – o Philae, da Agência Espacial Europeia (ESA) – aterrou na superfície de um cometa. Em jeito de boas-vindas, a formação rochosa brindou o aparelho e os investigadores com uma “canção misteriosa”.
Foi cerca de 48 horas antes da aterragem, que aconteceu esta terça-feira, que o Philae captou o sinal “musical” emitido pelo cometa 67P/Churyumov-Gersimenko (assim batizado em homenagem a Klim Churyumov e Svetlana Gersimenko, que o descobriram).
A captação aconteceu quando o robô analisava o ambiente em redor do cometa, composto de plasma, com vista à compreensão das variações na sua atividade, da forma como os jatos de vapor e poeiras interagem com os ventos solares e da própria dinâmica estrutural da formação rochosa.
Para surpresa dos os cientistas da missão Rosetta (nome da sonda que transportou o robô até ao espaço e que o acompanhou até à separação), quando gravavam sinais entre os 40 e os 50 milihertz de frequência, “tropeçaram” em algo inédito: ouviram o cometa “cantar” sob a forma de oscilações no seu campo magnético.
Com o objetivo de permitir que os seres humanos pudessem desfrutar desta “música” espacial, a equipa da ESA aumentou as frequências em cerca de 10.000 vezes e partilhou-a na Internet, onde já soma quase um milhão de reproduções. O resultado é o que pode ouvir abaixo:
“Estamos entusiasmados porque é completamente novo para nós”, afirmou, em comunicado, Karl-Heinz Glaßmeier, da Universität Braunschweig, na Alemanha, e um dos cientistas envolvidos na missão. “Não esperávamos isto e ainda estamos a tentar compreender a explicação física do que está a acontecer”, admitiu.
A sonda Rosetta foi lançada a 02 de Março de 2004, tendo já percorrido mais de 6 mil milhões de quilómetros. Em 2014, a Agência Espacial Europeia 'acordou' a sonda, hibernada durante três anos, que retomou a atividade na missão para levar o robô Philae até às imediações do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
Depois de mais de uma década a viajar pelo espaço, a Rosetta e o Philae vão agora, esperam os cientistas, ajudar a fazer a melhor análise de sempre do passado do Sistema Solar e da origem do Universo e da vida.