Um engenheiro paquistanês desenvolveu um carro inovador movido a água. A invenção de Agha Waqar Ahmed tem-lhe merecido muitos elogios por parte do governo nacional mas tem também sido alvo da desconfiança de diversos especialistas.
Um engenheiro paquistanês desenvolveu um carro inovador movido a água. A invenção de Agha Waqar Ahmed tem-lhe merecido muitos elogios por parte do governo nacional mas tem também sido alvo da desconfiança de diversos especialistas, que não acreditam que tal seja possível.
Ahmed apresentou o protótipo deste carro alimentado a água a uma plateia composta por mais de 100 membros do governo, engenheiros e jornalistas na capital do país, Islamabad. A apresentação gerou grande burburinho um pouco por todo o Paquistão – e no resto do mundo – e deixou todos de olhos postos no inventor do veículo.
Citado pela Associated Press, Ahmed explicou que “a água poderia colocar o carro a funcionar graças ao processo de eletrólise, pelo qual uma corrente da bateria passa através água destilada cheia de eletrólitos, separando o hidrogénio do oxigénio. Depois, o hidrogénio, que pode ser usado como combustível, seria o responsável pela alimentação do carro”.
“Verão uma revolução no Paquistão se usarmos esta tecnologia”, defendeu o engenheiro, sublinhando que a maior parte dos problemas do país “se devem à escassez de eletricidade e à crescente crise energética”.
Porém, na mesma medida em que despertou a admiração das altas autoridades paquistanesas, este carro, que poderia pôr fim à dependência do petróleo como combustível automóvel, fez também nascer muitas dúvidas entre os especialistas da engenharia e da física.
Khurshid Hasanain, por exemplo, diretor do departamento de física da mais importante universidade de Islamad, afirmou até que, segundo as leis da termodinâmica, a inovação “não faz sentido”. Segundo Hasanain, não haveria como obter energia através do processo de eletrólise e a energia usada para separar o hidrogénio da água seria a mesma ou até mais do que aquela que chegaria ao motor.
Ainda assim, a criação foi bem recebida pelos governantes, entre os quais Khurshid Shah, ministro dos assuntos religiosos, que mostrou ser um dos maiores apoiantes de Ahmed e se disse “feliz e satisfeito”, desejando que “a nova tecnologia ajude a ultrapassar os problemas energéticos”.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]