Em Destaque Saúde

Encontrar o alívio das dores noutras atividades

Artrite Reumatóide: 63 000 portugueses sofrem com a doença
Versão para impressão

Qual a diferença entre Artrite Reumatóide e artrose? Existe forma de prevenir a doença? É genética? É possível ter uma vida normal? Na data em que se assinala o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide (dia 5 de abril), a Dra. Helena Canhão esclarece-nos acerca da doença.

Em Portugal, cerca de 63 000 pessoas vivem diariamente com Artrite Reumatóide. Quem nos revela este número é o estudo epidemiológico nacional, onde 10 661 portugueses foram entrevistadas e se calculou a prevalência de 0,7% na população adulta portuguesa. São os adultos que têm esse tipo de reumatóides, sendo que nas crianças é Artrite juvenil. Tendo em conta que existem cerca de 8 milhões de adultos em Portugal, significa que há, estimados, 63 000 portugueses a sofrer da doença.

Dores nas Articulações: Artrite ou Artrose?

Helena Canhão, reumatologista, refere que “ainda existe uma grande confusão nos portugueses sobre o que é que é a Artrite Reumatóide: como há muitas pessoas que têm artroses, quando começam com dores nas mãos acabam por pensar que é uma doença degenerativa, relacionada com o envelhecimento, acabando por deixar passar o diagnóstico da Artrite Reumatóide. Isso é, realmente, um problema. A Artrite Reumatóide, ao contrário da artrose, é uma doença que é inflamatória crónica; é a alteração do próprio sistema imune que perpetua a inflamação e, portanto, se nós não controlamos essa informação, ela torna-se crónica e destrutiva.”

O problema da Artrite Reumatóide é que, como a causa ainda é desconhecida, é difícil de prevenir. “Nós sabemos que, por exemplo, o tabaco agrava os prognósticos – os fumadores têm pior prognósticos – portanto, não fumar ajuda.” – esclarece a Dra. Helena Canhão, acrescentando que “a doença também bate à porta dos que têm uma vida exemplar, com uma dieta ótima e prática de exercício físico. Nós sabemos que há uma base genética, apesar de não haver uma transmissão, por exemplo, direta de um pai para um filho, mas o que nós sabemos é que há famílias em que há um padrão e ocorre com mais frequência Artrite Reumatóide, lúpus, doenças da tiróide…” O mais importante é o diagnóstico precoce da doença.

Aliar a dor a uma vida normal

Em muitos casos de doenças crónicas, os doentes têm alturas de crise e outras em que se sentem bem. No caso da Artrite Reumatóide, o doente tem de fazer medicação permanente, acabando por viver períodos em que se aborrece da toma de medicação ou até por intolerância à mesma.

Porém, um dos conselhos importantes é manter a terapêutica. Isso não significa que se tenha de manter sempre as mesmas doses, pois estas devem ser adaptadas. Há alturas em que o doente pode precisar de uma medicação muito mais potente do que outras, podendo o médico diminuir a dose ou a frequência.

“O que não pode acontecer é o doente pensar que está curado só porque não tem crises há algum tempo. É importante a pessoa saber que, mesmo estando bem, se tiver indicação para fazer uma terapêutica de manutenção, tem mesmo de a fazer porque depois pode voltar a ter crises.” – refere Helena Canhão, acrescentando ainda que “é importante que o doente conheça muito bem o seu corpo e a forma como este reage. Os pacientes destas doenças crónicas, e a sua família, são fundamentais para o tratamento, porque não é só o médico que ele consulta de 3 em 3 meses que vai ser a pessoa que controla a doença: o próprio doente tem de reconhecer os sintomas. O doente tem de ser muito bem-educado em relação à sua doença e ter conhecimentos da mesma para saber como agir e estar à vontade para diminuir ou aumentar terapêutica.”

A importância da família

Helena Canhão reforça ainda a importância da família neste tipo de doenças: “É importante que o núcleo familiar entenda a doença. Eu tenho doentes onde, por exemplo, a fadiga é um sintoma muito importante, e às vezes isso é algo que as pessoas não entendem. É o mesmo que nós sentimos quando estamos com uma gripe onde só nos apetece estar na cama. Estas doenças, que são inflamatórias e crónicas, às vezes acarretam fadiga, o que leva a pessoa a não ter vontade de fazer determinadas atividades. A família tem de estimular e compreender isto.

Encontrar o alívio das dores noutras atividades

Existem algumas técnicas de reabilitação, de meditação, de massagens e de outros tratamentos físicos que podem ajudar o doente a sentir-se melhor. A área das fisioterapias é bastante recorrida e resulta muito bem, tal como a ida a termas. Ou seja, tudo o que é de aplicação no corpo, desde terapias comportamentais, terapias de reabilitação, pilates, poderão eventualmente resultar.

É importante perceber que estas terapias são bastante individuais: cada doente deve experimentar e perceber o que resulta no seu caso. Tudo o que possa ajudar o doente a sentir-se melhor do ponto de vista psicológico e físico, deve ser encorajado.  Enquanto existem pessoas que aliviam os sintomas através da acupunctura, outras dizem que fazem algum tipo de dieta que alivia a dor. Ainda assim, não existem estudos que possam comprovar a eficácia de determinada dieta ou tratamento.

O que o doente não pode fazer é substituir o tratamento que é necessário por esses métodos, pois os mesmo devem ser complementares e não substitutos.

Comentários

comentários

PUB

Live Facebook

Correio do Leitor

Mais recentes

Passatempos

Subscreva a nossa Newsletter!

Receba notícias atualizadas no seu email!
* obrigatório

Pub

Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Saiba mais aqui.

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close