Pedaços de âmbar descobertos recentemente permitiram aos cientistas um olhar surpreendente pela África de há 95 milhões de anos atrás. Os cerca de 28 espécimes de insetos, aranhas e fungos fossilizados no depósito de âmbar encontrado na Etiópia dão p
[fotografia: A. Schmidt et al./PNAS]Pedaços de âmbar descobertos recentemente permitiram aos cientistas um olhar surpreendente pela África de há 95 milhões de anos atrás. Os cerca de 28 espécimes de insetos, aranhas e fungos fossilizados no depósito de âmbar encontrado na Etiópia dão pistas importantes e novas revelações sobre o ecossistema do período do Cretáceo.
“Grande parte dos espécimes representa um exemplar fóssil único do seu grupo de África, e alguns estão entre os exemplares mais antigos do mundo”, escreveram os investigadores no estudo divulgado esta semana na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences – PNAS”.
Análises mais profundas vão poder dar pistas sobre a evolução das formigas e insetos e como estes estão biologicamente relacionados com o período Cretáceo e em particular com o hemisfério norte, de onde se pensava até agora que as formigas eram originárias.
“O âmbar etíope é de grande importância para aumentar o nosso conhecimento sobre a história de evolução dos artrópodes terrestres, plantas e fungos”, escreveram os cientistas citados pela edição online da revista “Wired”.
Os investigadores que estudaram o próprio âmbar descobriram que a resina que escoou das árvores é quimicamente semelhante a âmbares mais recentes de depósitos do período do Mioceno, encontrado no México e na República Dominicana.
O estudo demorou cinco anos ate ser publicado e envolveu uma equipa de 20 cientistas de sete países especializados em datação do próprio âmbar e especialistas em insetos e flora.
“Este foi realmente um projeto interdisciplinar e era nossa intenção produzir um estudo holístico”, explicou Alexander Schmidt, o autor principal do estudo e biólogo na Universidade de Gottingen, na Alemanha.