“Comparado com a guitarra tradicional, em madeira, conseguimos ter uma redução de peso de cerca de 40% e, em vez dos 4,5 quilogramas, a guitarra AVA está nos 2,5 quilogramas”, revelou à Lusa Júlio Martins, um dos fundadores da Ideia.m, realçando que “é uma vantagem, porque ao fim de duas horas de concerto, a guitarra começa a pesar”.
O material escolhido pela Ideia.m na construção das guitarras, o mesmo que é utilizado na indústria aeronáutica, tem também a mais-valia de ser “insensível à humidade e à temperatura”, com a vantagem de manter a guitarra “afinada durante mais tempo”.
O plano de negócios da empresa do Porto, incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), prevê arrancar em 2011 e atingir uma produção anual de 2000 exemplares, com um preço base de 2500 euros, que terá Inglaterra e os EUA como principais mercados.
Foi durante a licenciatura que Júlio Martins e João Petiz foram desafiados a desenvolver instrumentos em materiais compósitos com o objetivo de “descobrir comportamentos acústicos”, um trabalho extracurricular que se tornou atividade profissional e levou à constituição da Ideia.m em 2008.
Com um investimento inicial de cerca de 60 mil euros, as guitarras AVA são o “core business” da empresa, que também desenvolve produtos em materiais compósitos para a indústria de mobiliário, automóvel e aeronáutica, uma actividade que permite sustentar o projecto dos instrumentos musicais.
Júlio Martins explicou que a guitarra AVA, palavra que em persa significa música, “está na fase de testes, a ser experimentada por músicos da cena musical do Porto e por virtuosos”, acrescentado que “ainda não está na mão de famosos, mas de pessoas que podem validar as condições”.
A primeira guitarra produzida pela Ideia.m foi oferecida pela Universidade do Porto ao Papa Bento XVI, o único proprietário de uma guitarra AVA, aquando a visita à Invicta como “um exemplo da inovação da universidade”.