Um navio do século XIX foi encontrado no fundo do mar durante operações de dragagem no porto da Horta. A embarcação era desconhecida até agora e apresenta-se bem preservada.
Um navio de madeira do século XIX foi encontrado no fundo do mar durante as operações de dragagem do novo cais do porto da Horta. A embarcação era desconhecida até agora e apresenta-se bem preservada.
José António Bettencourt, arqueólogo do Centro de História Além Mar, da Universidade Nova de Lisboa, explica à Lusa que os vestígios da embarcação foram encontrados, por acaso, no passado mês de Novembro, no decorrer da empreitada de dragagem do novo terminal marítimo da cidade.
O investigador salienta que ainda não existe muita informação sobre o navio, descoberto a cerca de 8 metros de profundidade. José António Bettencourt refere que a embarcação está “muito bem preservada” e que as suas características indicam tratar-se de um barco do século XIX.
Nos próximos meses serão realizadas ações de proteção do local onde foi encontrado o achado, através do seu “registo e mapeamento exaustivo”, para evitar que a embarcação seja afetada por processos naturais, ou mesmo pelo funcionamento do próprio porto.
Contudo, este não é o primeiro achado arqueológico descoberto no decorrer das obras de construção do novo cais de passageiros do porto da Horta. Durante a construção os mergulhadores contratados pelo empreiteiro da obra descobriram várias presas de marfim, canhões e vestígios de um antigo navio, carga que se estima ser oriunda de África.
Os achados retirados do fundo do mar foram entregues ao Museu da Horta que vai proceder à sua recuperação para os expor ao público. Os investigadores calculam que o interior da baía da Horta possa esconder mais tesouros. José António Bettencourt considera que aquilo que os mergulhadores conseguiram estudar foi apenas “uma amostra” do que poderá existir no local.
“Nós concentramo-nos apenas na zona de incidência do projeto, e aquilo que está para fora do porto, tendo em consideração a amostra que nós temos, que é de um potencial e de uma riqueza muito significativa, deverá ser muito maior”, explica.
A baía da Horta foi um dos principais pontos de ancoradouro para navios de passageiros e mercadorias que atravessavam o Atlântico, sobretudo a partir de finais do século XVIII.
[Notícia sugerida por Carla Neves]