ID Flow e o BIG EYE foram projetos que venceram o concurso Elevator Pitch – Ideias Que Marcam. O primeiro na categoria “Projetos Nascentes”, e o segundo na categoria “Projetos Consolidados”.
Aura Franco, Lígia Coelho, Nuno Pinheiro e Rafael Silva, da ID Flow, desenvolveram um teste de diagnóstico rápido e simples que permite a deteção de bactérias de infeções urinárias.
Segundo a equipa, é um teste que “analisa a urina do doente e tem uma série de canais que podem ou não mostrar uma cor. Consoante a bactéria presente, define-se a suscetibilidade das bactérias ao antibiótico. Permite ao médico definir o antibiótico que seja específico para aquela bactéria e pode-se tratar logo. Se não for essa bactéria, pode fazer-se o teste para ver o que lá está”.
De acordo com Lígia Coelho, a “ideia surgiu das meninas que, ao sofrerem mais com as infeções urinárias, pensaram nisto. Juntamente com os conhecimentos que já tinham chegaram a esta solução excelente, não só para mulheres, mas também para crianças, bebés e idosos. O objetivo máximo é facilitar o diagnóstico, maximizar uma terapêutica cada vez mais assertiva e impedir a recorrência porque a resistência aos antibióticos é cada vez mais uma das causas de morte mais proeminente em todo o mundo. De uma ideia pequenina surgiu todo este objetivo.”
O grupo de amigos e estudantes de Microbiologia e Bioengenharia e Nanossistemas indicou que o prémio recebido, no valor de cinco mil euros, servirá para a produção de um protótipo.
Ainda em fase de conceção e desenvolvimento, o ID Flow será sempre recomendado por um médico do serviço público ou privado de saúde, não sendo comercializado em farmácias.
O projeto BIG EYE Smart Fishing Software é uma tecnologia inovadora para o setor da pesca que regista dados a bordo das embarcações e providencia informação útil aos gestores de frota. Segundo Pedro Manuel, fundador da Big Eye, “através de um ponto central, organizamos toda a informação recolhida a bordo das embarcações e disponibilizamo-la com indicadores de gestão úteis para quem tem a responsabilidade de gerir operações em barcos espalhados pelos oceanos. Pode ser uma frota em que o gestor está em Espanha e os barcos estão no oceano Índico, no Pacífico e no Atlântico.”.
Apesar de admitir a existência de comunicações por satélite, Pedro garante que a Big Eye é uma “solução tecnológica moderna, baseada em novas tecnologias, na cloud, e com sensores inteligentes a bordo das embarcações”, o que permite fazer uma gestão “eficiente e inteligente que prova à indústria a prática de uma pesca sustentável.”. Além disso, o novo sistema dá informações extra que vão além de dados sobre as capturas. Informações sobre a temperatura de armazenamento a bordo das embarcações e toda a gestão das necessidades que um barco de grande dimensão vai ter na viagem seguinte, indicando quanto tempo e em que porto ficará à espera de peças para substituir algum tipo de equipamento, são alguns desses exemplos.
A solução Big Eye já está disponível no mercado e está direcionada para a “pesca de atum, uma das espécies mais pescadas em todo o mundo”, acrescentou o responsável.
Pedro Manual conta ainda com a ajuda de Adriana Lopes e de uma equipa de cinco engenheiros nacionais que trabalha diariamente para manter a solução em evolução e dar suporte aos projetos.
O valor do prémio poderá ser utilizado para a participação numa conferência internacional, em Banguecoque, onde poderão apresentar a tecnologia aos stakeholders do setor.
A operar em escritório próprio, o projeto Big Eye não descarta a hipótese de se associar a uma incubadora, nomeadamente uma que está a ser criada em Peniche. Uma localização que poderá privilegiar a cooperação com o meio académico voltado para a área de atuação da empresa.
O objetivo do concurso Elevator Pitch – Ideias Que Marcam, lançado pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, era simples: dar a oportunidade a potenciais ou atuais empreendedores de apresentarem uma ideia de negócio a profissionais de renome do ecossistema empreendedor.
Todos os participantes beneficiaram de um bootcamp que os capacitou em áreas relevantes da criação de um novo projeto empreendedor. As candidaturas foram registadas de acordo com as áreas temáticas definidas pela União Europeia no âmbito do Horizonte 2020 e que são: saúde, alterações demográficas e bem-estar; segurança alimentar, agricultura sustentável, investigação marinha e marítima e bioeconomia; energia segura, não poluente e eficiente; transportes inteligentes, ecológicos e integrados; ação climática, eficiência na utilização de recursos e matérias-primas e sociedades inclusivas, inovadoras e seguras.
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