Neste espaço único, impera a tranquilidade da região, sentida nas 56 suítes individuais de piso térreo. No edifício central, reúnem-se a receção, restaurante, SPA, piscinas e ginásio. É neste edifício que a cortiça surge em todo o seu esplendor, revestindo a estrutura no exterior e chamando a beleza do montado alentejano às suas paredes. A escolha deste material obedeceu a dois critérios: estético e funcional. “Foi uma opção tomada para termos uma ligação à nossa zona, até porque a floresta que temos aqui ao pé é de sobreiros e azinheiras, mas também porque somos um eco-hotel – ou seja, a cortiça está aqui por razões estéticas e pelas vantagens térmicas”, explica à i9 magazine Miguel Rosado da Fonseca, administrador do EcorkHotel. A própria cortiça provém de resíduos da produção de rolha, aproveitados depois em blocos de aglomerado “100% natural, sem qualquer tipo de aditivo”.
É este uso abundante da cortiça que “empresta” o nome ao hotel, dando-lhe também notoriedade nacional e internacional. Até porque os seus traços arquitetónicos, embelezados pela cortiça, tornam o EcorkHotel único no mundo. Além da beleza, a aplicação do aglomerado de cortiça traz vantagens ao isolamento térmico exterior do edifício central, fundamentais para enfrentar o calor sufocante do verão alentejano e o inverno rigoroso. “O calor e o frio não chegam a tocar na própria parede e essa diferença nota-se quando se compara as paredes com cortiça e as que não têm esse material. Muitas vezes nem precisamos de ligar o ar condicionado”, exemplifica o responsável.
A sustentabilidade faz parte do posicionamento do EcorkHotel e não se esgota no uso da cortiça. Ao longo da sua construção, em 2013, foram escolhidos materiais da região, numa opção que diminuiu a pegada ecológica do hotel. Quem aqui chega, para uma estada repousante, depara-se com o granito e com os blocos de barro cozido à mão, material aproveitado para o chão da área habitável. Miguel Rosado da Fonseca vinca esta preocupação ambiental: “usámos pedra que já existia, britada e trabalhada para ser usada no hotel”. O desenho arquitetónico é da autoria de José Carlos Cruz.
Neste hotel e SPA de quatro estrelas, que possui também certificação eco-hotel, há também cuidados na poupança de energia e de água. A luz solar que se espalha pela região é aproveitada pelos painéis solares instalados no empreendimento. “Produzimos mais de 50% da nossa energia elétrica a partir do fotovoltaico”, adianta o administrador do hotel, enquanto os painéis solares térmicos garantem o aquecimento das águas sanitárias e das piscinas. Em paralelo, tanto as águas de despejo como a água da chuva são reaproveitadas para rega.
Visitar o Ecorkhotel é, por isso, respirar o Alentejo. Da sombra dos sobreiros e das centenárias oliveiras salpicadas ao longo da propriedade aos sabores da região servidos no “Cardo”, o
restaurante do hotel. Do castanho da cortiça às paredes cor de cal das “vilas”. Tudo isto numa tranquilidade em comunhão com a natureza que conquista portugueses e estrangeiros. “Queremos que isto seja um hotel ecológico, mas, acima de tudo, um hotel interessante para todos. É natural que, para muitas pessoas, entre um hotel ecológico e um não ecológico, prefiram a escolha ecológica – eu faria o mesmo”, argumenta. Neste abraço à paisagem alentejana, o difícil mesmo será dizer “adeus”.
www.ecorkhotel.com