Foram descobertas nas últimas semanas, duas novas espécies de mamíferos na Mata Nacional do Buçaco, por investigadores da universidade de Aveiro.
Foram descobertas nas últimas semanas, duas novas espécies na Mata Nacional do Buçaco. Os investigadores do departamento de Biologia da Universidade de Aveiro registaram, pela primeira vez o morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale), espécie em vias de extinção, e ainda o musaranho-de-água (Neomys anomalus), um mamífero sobre o qual existe muito pouca informação.
Após vários anos de monitorização dos morcegos da Mata Nacional do Buçaco, foi registada pela primeira vez, a presença do morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale). Trata-se de um registo muito importante que confirma a importância conservacionista desta mata nacional.
Em comunicado enviado ao Boas Notícias, a Mata do Buçaco explica que esta espécie se encontra em vias de extinção, estando classificada no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal como “criticamente em perigo”. A mesma obra sublinha a raridade da espécie, indicando que no território continental deverão ocorrer menos de mil indivíduos.
Este morcego é maioritariamente cavernícola, podendo, no entanto, também abrigar-se em edifícios. Alimenta-se em áreas de floresta de folhosas e autóctone, motivo que o terá atraído à Mata do Buçaco.
Na verdade, o primeiro registo remonta a Fevereiro passado, quando o biólogo da Universidade de Aveiro, André Aguiar, gravou os ultrassons desta espécie, no âmbito dos trabalhos do projeto BRIGHT, em curso na Mata.
No entanto, só agora esses ultrassons foram devidamente analisados e com base em toda a informação recolhida no terreno, a presença da espécie foi confirmada por Milene Matos, também bióloga da Universidade de Aveiro.
Este registo eleva assim para 15 o número de espécies de morcegos confirmadas na Mata do Buçaco; número bastante impressionante, atendendo a que em Portugal continental ocorrem 25 espécies.
Entretanto foi também identificada mais uma espécie de mamíferos na Mata do Buçaco pela equipa da Universidade de Aveiro. Trata-se do musaranho-de-água (Neomys anomalus), espécie muito pouco conhecida, muito tímida e com estatuto de conservação “informação insuficiente”, precisamente por ser de difícil observação. Há, por isso, muito pouca informação sobre a sua abundância e requisitos ecológicos.
Estas duas descobertas vêm mais uma vez demonstrar a abundância de biodiversidade que é a Mata Nacional do Buçaco, que ocupa 105 hectares e possui uma das melhores coleções dendrológicas da Europa.
A Mata Nacional do Buçaco providencia alimento, abrigo e refúgio para mais de centena e meia de espécies de vertebrados, algumas de grande valor conservacionista, como endemismos ibéricos ou espécies protegidas.
Notícia sugerida por Elsa Fonseca
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