Monumento nacional desde 1959, a Fonte do Milho é considerada um “mais emblemáticos” sítios arqueológicos da região classificada pela UNESCO, em 2001. Ainda assim, foi pouco investigado e, por isso, está agora a ser alvo de uma intervenção orçada em 1,1 milhões de euros, fruto de uma parceria entre a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) e a Câmara de Peso da Régua.
Segundo o coordenador do projecto, Paulo Amaral, citado pela agência Lusa, até ao momento foram estudadas as estruturas defensivas, as muralhas da “villa” (quinta) romana, e descoberta uma entrada mais monumentalizada composta por um torreão.
“No interior começamos pela limpeza da área. Estamos aqui em presença de uma estrutura de vinificação. Agora queremos começar a detalhar mais, queremos perceber essa função, se é só destinada à vinificação ou se também estava destinado à olivificação”, explicou.
Em escavações há cerca de um ano, os arqueólogos envolvidos neste projeto indicam mesmo que a ocupação neste sítio é anterior à época romana, remontando talvez aos séculos III ou II antes de Cristo.
No próximo ano, será concluída a escavação, quer na muralha quer no interior, para depois consolidar as ruínas, restaurar, criar percursos para os visitantes.
Até ao segundo semestre de 2012, será ainda construído um centro de interpretação na aldeia de Canelas, recuperando uma casa antiga.
Aqui os visitantes poderão ver um pequeno filme e ter acesso a documentação que explique a presença romana no Douro.
“Depois de tanto tempo escondida, vamos finalmente revelar ao país e ao mundo a Fonte do Milho”, afirmou o presidente da Câmara da Régua, Nuno Gonçalves.