A Região Demarcada do Douro vai produzir, este ano, 105 mil pipas de vinho do Porto, mais 5.000 do que na campanha anterior. O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
A Região Demarcada do Douro vai produzir, este ano, 105 mil pipas de vinho do Porto, mais 5.000 do que na campanha anterior. O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Em comunicado, citado pela Lusa, o IVDP informou que o seu conselho interprofissional fixou em 105 mil o número de pipas, de 550 litros cada, a beneficiar nesta vindima – ou seja, a quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar, anualmente, à produção de vinho do Porto e que é a principal fonte de rendimento dos viticultores durienses.
Trata-se de um aumento de produção significativo em relação a 2013, ano em que foram produzidas 100 mil pipas de vinho do Porto na mais antiga região demarcada do mundo.
Segundo o IVDP, a fixação do benefício foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado ontem (9) pelo conselho interprofissional, comunicado esse que “introduz pequenos ajustamentos nos coeficientes para as diferentes classes de vinha” e que contou com a concordância dos representantes da produção e do comércio.
“Mesmo num momento particular para o Douro, como o que agora se vive, os representantes da produção e do comércio chegaram a acordo, facto que merece ser destacado pela nota positiva que transmite e que espero que seja benéfico para a região”, afirmou o presidente do IVDP, Manuel de Novaes Cabral.
Para a fixação do benefício, o interprofissional avalia um conjunto de fatores técnicos, designadamente os níveis de vendas de vinho do Porto nos últimos meses e as projeções para o resto do ano de 2014, o nível de stocks existentes e as intenções das compras dos comerciantes até ao final do ano.
Ao longo da última década, o benefício foi reduzido em 45% de 145 mil pipas em 2001 para as 85 mil em 2011. A maior redução aconteceu entre 2010 e 2012, quando o 'corte' na produção atingiu as 25 mil pipas.
É de realçar que a Assembleia da República vota, esta quinta-feira (10), uma alteração aos estatutos da Casa do Douro, a principal representante da produção na região duriense. Mediante a proposta do Governo, esta casa deixará de ser uma associação de direito público e inscrição obrigatória para os viticultores, transformando-se numa associação de direito privado e de inscrição voluntária.
Esta iniciativa parlamentar está inserida num plano delineado pelo Governo para resolver a dívida de cerca de 160 milhões de euros da instituição duriense e que inclui ainda um acordo de dação em cumprimento, que visa a entrega de vinho para pagamento da dívida.