É uma iniciativa que beneficia ambas as partes: as duas enfermeiras desempregadas oferecem cuidados de saúde e a população paga em géneros alimentares e alojamento. Na aldeia de Atenor, em Miranda do Douro, a ideia está a ser recebida de braços abertos.
“Nós abraçámos este projeto porque sabemos que as pessoas idosas do interior estão muito isoladas e os cuidados de saúde, por vezes, não abrangem todo este escalão etário”, conta à agência Lusa Tânia Dias, enfermeira de 22 anos.
Através desta ação, as jovens enfermeiras prestam serviços de aconselhamento, medição da tensão arterial e glicemia e, por vezes, até acompanham os doentes às consultas nos centros de saúde ou hospitais.
“Além dos serviços de enfermagem, fazemos igualmente a articulação com os familiares dos idosos que estão foram do país ou da região”, explica.
A ideia partiu das duas profissionais de saúde que, no desemprego, resolveram apostar neste tipo de iniciativa. O projeto é um desafio profissional de futuro. “Além de ajudar as pessoas, este trabalho poderá abrir-nos portas no mercado de trabalho numa região que nos era desconhecida”, acrescenta.
Experiência vai durar três meses
O repto foi lançado pelas duas enfermeiras à Junta de Freguesia de Atenor, entidade que tentou criar as condições mínimas para que as duas profissionais se pudessem estabelecer na aldeia nordestina.
O presidente da junta, Moisés Pires, diz que a população recebeu “muito bem” os serviços e que agora contribui com géneros alimentares que vão do azeite, às batatas ou hortaliças. Ao mesmo tempo, foi arranjada uma casa para as duas profissionais de saúde residirem.
“Este projeto tem uma fase experimental que vai durar três meses, findos os quais vamos encontrar meios para que as enfermeiras tenham o seu emprego, assegurado que os seus serviços sejam prestados igualmente em outras localidades vizinhas de Atenor”, conclui o autarca.
[Notícia sugerida por Sofia Baptista]