Dormir bem pode reduzir a deterioração da nossa memória à medida que envelhecemos. A conclusão é de um novo estudo norte-americano, cujos autores esperam agora que seja possível melhorar, em idades mais avançadas, a qualidade do sono.
Dormir bem pode reduzir a deterioração da nossa memória à medida que envelhecemos. A conclusão é de um novo estudo norte-americano, cujos autores esperam agora que seja possível melhorar, em idades mais avançadas, a qualidade do sono, estimulando a região certa do cérebro com eletricidade durante a noite.
A investigação, realizada na Universidade de Berkeley, na Califórnia, EUA, revelou que as mudanças que ocorrem no cérebro ao longo dos anos prejudicam a quantidade e qualidade do sono profundo, diminuindo, por sua vez, a capacidade do cérebro de aprender e armazenar memórias.
Depois de ter obtido estas conclusões, dadas a conhecer através de um artigo publicado recentemente na revista científica Nature Neuroscience, a equipa pretende testar formas de melhorar o sono para interromper o declínio da memória.
Em declarações à BBC, Matthew Walker, um dos investigadores envolvidos neste trabalho, explicou que “vista em conjunto, a deterioração do cérebro leva à deterioração do sono, que produz a deterioração da memória”.
Segundo o investigador, o sono profundo “é muito importante para solidificar as novas memórias aprendidas recentemente. É como se carregássemos no botão 'salvar' no computador”, ilustrou.
Durante a investigação, os especialistas constataram que a quantidade de sono profundo estava diretamente relacionada com a preservação de uma região do cérebro, o córtex pré-frontal médio, que tende a deteriorar-se com os anos.
Embora a equipa de Walker admita que não é possível restaurar a região do cérebro desgastada pela idade, o cientista e os colegas esperam poder fazer algo quanto à melhoria do sono. “Não é preciso restaurar as células do cérebro para restaurar o sono”, apontou, acrescentando que a solução poderá passar pela estimulação do córtex pré-frontal médio com eletricidade.
Estudos anteriores demonstraram que esta técnica é eficaz na melhoria do desempenho da memória em jovens e, agora, os investigadores pretendem iniciar testes com pacientes mais velhos na esperança de obter efeitos semelhantes.
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