A monitorização à distância de doentes cardíacos permite aos doentes e aos Serviços Nacionais de Saúde poupar tempo e dinheiro. Em Portugal existem já quatros hospitais a monitorizar 150 doentes remotamente e a tendência é para aumentar.
A monitorização à distância de doentes cardíacos permite aos doentes e aos Serviços Nacionais de Saúde poupar tempo e dinheiro. Em Portugal existem já quatros hospitais a monitorizar 150 doentes remotamente e a tendência é para aumentar.Um estudo apresentado na revista científica Telemedicine and e-Health indica que os sistemas de monitorização à distância de doentes portadores de dispositivos implantados são fáceis de usar e permitem reduzir o número de dias de trabalho perdidos para o paciente e poupar custos aos hospitais.
Mário Oliveira, cardiologista do Hospital de Santa Marta e um dos autores do estudo afirmou à TV Ciência que “além dos dias de trabalho perdidos no âmbito das consultas hospitalares, os doentes têm que se deslocar, em média, entre dez a cinquenta quilómetros até ao hospital onde são seguidos, gastando entre uma a duas horas no percurso, a que se acrescenta o tempo de espera da consulta”.
A este tempo de espera, os cientistas indicam que os pacientes têm ainda custos com a consulta e a deslocação ao Hospital, assim como, as Unidades Hospitalares têm mais custos associados com o tempo que os clínicos dedicam às consultas de acompanhamento.
No estudo, os cientistas referem que “comparando com o esquema de acompanhamento de rotina geralmente recomendado, a monitorização remota diminuiu o custo anual de acompanhamento em 524 euros (41%) por paciente”.
Em Portugal, este sistema de monitorização remota está a ser utilizado há cerca de um ano no Hospital de Santa Marta em Lisboa, no Hospital de Santarém, no Hospital de Vila Nova de Gaia e no Hospital de Santo António no Porto.
O sistema de monitorização remota é de fácil utilização pelo paciente, já que este apenas precisa de um equipamento colocado na mesinha de cabeceira, alimentado por corrente elétrica ou por pilhas e ligado a uma ficha telefónica ou via satélite.
Os dados são transmitidos para um website específico, ao qual apenas os especialistas têm acesso através de passwords específicas. “São os médicos e os cardiopneumologistas especializados nesta área que realizam a triagem da informação que chega ao site e que, perante alterações, as apresentam ao médico especialista (electrofisiologista) que decide a melhor maneira de proceder”, sendo que, “se necessário, contacta-se o doente para vir ao hospital”.
Esta tecnologia, com o nome comercial de Carelink, da empresa Medtronic, é utilizado nos EUA desde há nove anos e na Europa há mais de cinco anos, sendo que no mundo inteiro existem já 500 mil doentes de mais de 4500 hospitais a serem monitorizados remotamente.