O aparelho “semelhante a um smartphone” foi construído pelo grupo NanoMal, constituído por cientistas ingleses, alemães e suecos, e tem um funcionamento semelhante a um telemóvel, podendo ser usado tanto por profissionais de saúde como pela própria população.
“Vamos poder ajudar os trabalhadores da área da saúde a diagnosticar e prescrever os medicamentos corretos e a educar os seus pacientes na hora da consulta”, afirma a equipa no seu site oficial.
Os cientistas acreditam que com esta tecnologia vai ser possível “revolucionar a forma como a doença é diagnosticada e tratada”. A investigação financiada pela União Europeia pretende combater os surtos de Malária que, todos os anos, matam cerca de 800.000 pessoas em todo o mundo, mordidas pelo mosquito infetado com parasitas da doença.
Uma das maiores preocupações dos investigadores são as constantes mutações desta doença que ganham cada vez mais capacidades para resistir aos medicamentos administrados em pessoas infetadas.
Com este dispositivo que tem por base a nanotecnologia, “os médicos vão poder diagnosticar a doença em zonas rurais e remotas”. Com esta facilidade os cientistas esperam que haja uma maior facilidade na atribuição de “medicamentos eficazes” que possam “salvar vidas”.
Invenção pode substituir os métodos demorados e ineficazes
Até agora, o diagnóstico da doença é feito através de um método demorado que envolve a utilização de um microscópio de forma a analisar o sangue e detetar a existência dos parasitas da malária.
Um outro recurso é também o envio de amostras de sangue para um laboratório central, que “consume tempo, é excessivamente caro e que requer a ação de cientistas especializados”.
“Desta forma, quando um paciente surge com febre, é dada uma medicação sem se ter conhecimento do nível de resistência ao fármaco ou mesmo sem ser feito qualquer diagnóstico prévio”, explica o grupo NanoMal.
Com este dispositivo, os médicos vão ter acesso a um teste “com a mesma qualidade de um laboratório de referência, numa reduzida fração de tempo e de custos”. O grupo europeu tem em vista a comercialização ao preço de um telemóvel atual, mas espera poder entregá-lo a custo zero a países subdesenvolvidos.
Os primeiros testes no terreno com este aparelho estão previstos para daqui a cerca de três anos, sendo então apresentados ao mercado. “O seu uso também pode vir a ser adaptado a outras doenças infecciosas”, explicam os investigadores.
Notícia sugerida por Carla Neves e Vítor Fernandes