À Lusa, o antigo baixista da banda, Pedro Ayres Magalhães, confirmou a notícia e falou sobre os bons velhos tempos. A banda, incompreendida na época, conseguiu o sucesso com o segundo álbum “Amor”, que foi um “êxito discográfico e de rádio”, contou o músico.
Apesar de ter durado pouco tempo, o percurso da banda foi “um triunfo. O que é importante dizermos é que triunfámos do ponto de vista da música, que era o nosso objetivo”, sublinha Pedro Ayres Magalhães.
Numa altura em que o uso de uma guitarra elétrica era mau, porque era um instrumento americano, os Heróis do Mar surgiram a saltar algumas barreiras. “O que estávamos a fazer não tinha nada de especial. Queríamos ser um grupo de teatro musical. Queríamos representar e essa representação não era entendida pela cultura da época senão dentro de um teatro”, recordou.
Ao lado de Pedro Ayres tocavam Paulo Pedro Gonçalves (guitarra), Carlos Maria Trindade (teclas) e na voz estava Rui Pregal da Cunha. Rui Pregal da Cunha acredita que se fosse hoje não aconteceria o mesmo. “As pessoas hoje são mais `blasé`. Os portugueses eram muito infantis na altura. Uns gajos assim vestidos no `Passeio dos Alegres [programa de televisão] fazia-lhes muita confusão”, disse à Lusa.
Os 50 originais gravados pela banda voltam agora às bancas, na caixa “Heróis do Mar 1981-1989”, editada pela EMI. Quanto a voltarem, os músicos são perentórios “Passaram muitos anos e as condições em Portugal têm vindo a degradar-se a olhos vistos. Para regressarmos era preciso um tipo de suporte que não encontramos”, afirmou Pedro Ayres Magalhães, referindo-se à produção de espetáculos.