O diplomata Aristides de Sousa Mendes vai ser homenageado em igrejas e sinagogas de todo o mundo no próximo dia 17 de Junho. A iniciativa visa lembrar os seus esforços para salvar milhares de judeus do regime nazi e é assinalada na data em que se cel
O diplomata Aristides de Sousa Mendes vai ser homenageado em igrejas e sinagogas de todo o mundo no próximo dia 17 de Junho. A iniciativa visa lembrar os seus esforços para salvar milhares de judeus do regime nazi e é assinalada na data em que se celebram 60 anos após a morte do português.
Da autoria de João Crisóstomo, residente em Nova Iorque, o conjunto de homenagens acontece ao longo do dia 17 de Junho, apontado como o Dia da Consciência. “As pessoas devem ser celebradas por aquilo que de bom fizeram em vida e não pelo dia em que nasceram ou morreram”, refere o responsável pela organização.
“Sousa Mendes é um dos grandes humanistas do século passado. Foi um pioneiro, outros seguiram o seu exemplo. Mas nos Estados Unidos, e à volta do mundo, ainda há muitas pessoas que o desconhecem”, acrescenta à Lusa.
Os prelados do Rio de Janeiro, Vaticano, Bordéus e Luxemburgo já confirmaram a sua participação. João Crisóstomo diz já ter contatado vários outros países, como África do Sul e Bélgica.
Nos EUA, estão agendadas missas em Newark, Long Island e Yonkers, perto de centros de comunidades imigrantes portuguesas. Em Portugal, o Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, já confirmou a sua participação, bem como as Dioceses de Braga, Viseu, Bragança, Setúbal e Beja.
Também “o bispo das Forças Armadas, a Ordem Franciscana, a Comunidade de S. Egídio e as comunidades israelitas de Lisboa e Porto já responderam afirmativamente”. João Crisóstomo está, agora, a tentar o apoio do próprio Papa Francisco.
“Escrevi-lhe uma carta, na esperança de uma reação que valorizasse o ato de consciência do cônsul”, revela. Quanto à participação das sinagogas na homenagem, o trabalho está a ser coordenado pela Fundação Raul Vallenberg, da qual o responsável é vice-presidente.
Em 1940, Aristides de Sousa Mendes terá salvo milhares de judeus e outros refugiados de guerra, através de vistos, passados sem autorização do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, um acto que levou à sua punição disciplinar.
Notícia sugerida por Patrícia Guedes