Seguir uma dieta mediterrânica, rica em azeite e complementada com frutos secos, permite reduzir até 30% o risco de enfartes do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais ou morte causada por doença cardíaca.
Seguir uma dieta mediterrânica, rica em azeite e complementada com frutos secos, permite reduzir até 30% o risco de enfartes do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais ou morte causada por doença cardíaca.
A conclusão é de um grupo de investigadores espanhóis, que levou a cabo o maior estudo de sempre quanto à associação entre este regime alimentar e a saúde do coração.
A dieta mediterrânica carateriza-se pela importância dada ao azeite, a principal fonte de gordura, mas inclui muito mais, desde os hortícolas à fruta, passando pelos cereais, as leguminosas e os frutos secos.
Deste regime alimentar fazem também parte os laticínios pouco gordos (principalmente os queijos), o peixe e o vinho, em particular o vinho tinto, que deve ser consumido de forma moderada e, por norma, a acompanhar as refeições.
Os benefícios deste tipo de alimentação não são uma novidade, mas só agora os especialistas se dedicaram a estudar a fundo os seus efeitos ao nível cardiovascular, tendo observado que o mesmo permitiu diminuir muito significativamente a probabilidade de sofrer de problemas cardíacos entre as camadas mais vulneráveis, nomeadamente obesos, fumadores e diabéticos.
Um comunicado divulgado pelo Hospital Clínic de Barcelona revelou que o estudo, conduzido por Ramon Estruch, especialista daquela instituição hospitalar e da Universidade de Barcelona, envolveu 7.447 indivíduos espanhóis com estes ou outros factores de risco que foram divididos em três grupos.
Os elementos do primeiro grupo (o chamado “grupo de controlo”) foram convidados a seguir uma dieta pobre em gorduras, os do segundo a optar por uma dieta mediterrânica com elevada quantidade de azeite e os do terceiro a seguir também o regime mediterrânico, mas a complementá-lo com a ingestão de frutos secos (como amêndoas ou nozes).
Efeitos benéficos rápidos surpreenderam a equipa
Os investigadores observaram que os voluntários dos dois grupos que passaram a fazer uma dieta mediterrânica tiveram mais facilidade em manter-se fiéis a ela do que os que foram incentivados a seguir a dieta pobre em gorduras, sendo que estes mostraram maior tendência a sucumbir ao consumo regular de carnes vermelhas e de alimentos pré-cozinhados.
Além disso, a investigação, cujos resultados foram publicados esta segunda-feira no The New England Journal of Medicine, mostrou com clareza os benefícios de uma dieta mediterrânica para aqueles com maiores riscos de vir a sofrer de doença cardíaca, tornando-os menos suscetíveis.
Os especialistas afirmam, agora, que serão necessários mais estudos para compreender se os benefícios se estendem aos grupos de baixo risco.
De acordo com a equipa, as conclusões foram tão claras que a investigação terminou, inclusive, mais cedo do que o previsto, por não se considerar necessário continuar. Ramon Estruch, o coordenador do estudo, confessou mesmo que não esperava encontrar benefícios tão significativos em apenas cinco anos. “Foi, de facto, surpreendente para nós”, admitiu.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).
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